Mais uma confirmação do mito do 'Barca Velha'

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sempre uma festa para o vinho português o anúncio de mais uma colheita de Barca Velha. Apesar de nos comprazermos em encontrar defeitos nos nossos mitos, a mais antiga e conhecida marca portuguesa de vinhos de qualidade mostrou que está de excelente saúde, na opinião dos vários jornalistas e críticos que estiveram na quarta-feira num jantar em Gaia, nas Caves Ferreira, com uma deslumbrante vista para o Douro e o Porto, preparado pelo chefe Miguel Castro e Silva.

Mesmo antes de ir para a mesa, Salvador Guedes, administrador da Sogrape, que desde 1987 integrou a Ferreirinha, que produz o Barca Velha desde 1952, anunciou a data, 1999, surpreendendo metade da sala (incluindo este que vos escreve), que apostava em 1997.

Mas não houve rendição . Perguntas posteriores a José Maria Soares Franco, enólogo do vinho desde 1987 (ano em que se reformou o seu célebre criador , Fernando Nicolau de Almeida), sobre a colheita de 1997, mostraram que a especulação não acabou, porque, na Sogrape "continuam a falar com o vinho" e, ao contrário do que aconteceu com o 1996 e o 1998 (a última colheita era de 1995) ainda não rejeitaram a hipótese de o classificar como Barca Velha. Aliás, já há um precedente, com o 1981 a ser lançado depois do de 1982.

Mas, à parte as especulações, que só alimentam o encanto deste vinho único, o que interessa é que o 1999 mostrou o grande estilo da marca, sobretudo o contraste com os novos tintos durienses, que já se andam a tomar com dois ou três anos de garrafa. Logo no nariz, a fruta é extraordinária, mas não esconde a complexidade que só os anos em garrafa e entre 12 e 18 meses em carvalho francês (consoante o lote) conferem. Na boca, toda essa complexidade e elegância se evidencia.

É, porém, o Barca Velha com maior graduação alcoólica conhecida, com 13,5% contra os habituais 12% ou 12,5%. Mas, diz a empresa, isso não afecta o seu equilíbrio, o que é confirmado por alguns especialistas presentes. O vinho será agora posto à venda no Clube 1500 da Sogrape, chegando às lojas em Maio e Junho. No Natal, há magnuns.

E, apesar das modas dos tintos novos e das preocupações com a "rentabilidade imediata" de outras casas, a Sogrape garantiu que no século XXI o estilo Barca Velha não muda.

Cimeira Internacional de Gastronomia

Palacio Municipal de Congresos, Campo de Las Naciones, Madrid

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De 17 a 19 de Janeiro

Madrid Fusión

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