Cumpriu-se a tradição em Inglaterra, onde o FC Porto continua sem ganhar e o Manchester United sem perder em casa (última derrota na Liga dos Campeões aconteceu em 2005), apesar de o resultado de ontem (2-2) proporcionar óptimas expectativas ao campeão português. Um pouco a exemplo do que aconteceu no duplo confronto com o Atlético Madrid "basta" agora aos dragões um empate sem golos - na próxima quarta-feira - para garantirem a histórica qualificação para as meias-finais, o que representaria um grande marco na carreira de Jesualdo Ferreira. E foi caso para dizer que se não tivesse sido a "oferta" de Bruno Alves (deu incrivelmente a bola a Rooney para este fazer o 1-1), provavelmente a "vitória" táctica teria sido correspondida nos números do marcador. .Isto apesar de Alex Ferguson ter percebido o equívoco estratégico que tinha cometido mal se tinha cumprido o primeiro quarto-de--hora. Como o FC Porto não tinha ninguém na área de acção de Scholes, era absolutamente inútil continuar a jogar com um elemento na posição 6 e ainda por cima descurando as inteligentes movimentações de Lucho e de Rodríguez. Esta dupla de sul-americanos, correspondendo a uma astuta leitura de Jesualdo, conseguiu surpreender o antagonista mercê de uma ocupação dos corredores que deu largura ao meio-campo azul e branco e quebrou os elos de ligação entre os sectores mais adiantados do Manchester United..A jogar num 4x3x3, quer Carrick quer o próprio Flectcher sentiram muitas dificuldades para se articular com Park (começou na direita) e com Ronaldo (principiou na esquerda), problema que tomou outra dimensão face ao sentido posicional de Fernando e também de Raul Meireles. Na prática, um FC Porto mais em 4x4x2 acabou por inspirar Ferguson, que copiou o sistema do antagonista quando deu ordens a Ronaldo para se fixar junto de Rooney, sendo claro que a intenção do escocês passava também pela exploração do futebol aéreo do melhor jogador do mundo..Um minuto antes de Rooney empatar na sequência do tal infeliz atraso de Bruno Alves, uma grande cabeçada de Ronaldo obrigara Helton a uma fantástica defesa, num raro momento de inspiração do lateral O'Shea, cujo cruzamento apanhou de surpresa os centrais portistas. Tratou-se, por assim dizer, da jogada de alerta para o técnico anfitrião, um homem que foi obrigado a desistir do plano A perante a exibição personalizada do tricampeão português, sem dúvida a equipa mais perigosa durante toda a primeira parte. Lisandro bem mereceu o lance em que assistiu Mariano (bela "arma" que saiu do banco) para o 2-2, quando já poucos acreditavam na reedição de um momento "à Costinha", ou seja, num golo ao cair do pano a fazer lembrar o milagroso 1-1 de 2003/04, sob o comando de Mourinho…