Mais de metade dos portugueses acredita que vacinas previnem doenças infecciosas

Eurobarómetro revela que, apesar de reconhecer o efeito de proteção das vacinas, quase metade dos europeus considera que causam efeitos adversos
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Mais de metade dos portugueses (53%) acredita que as vacinas previnem doenças infecciosas como gripe e sarampo, sendo esta a sétima população da União Europeia (UE) com opinião mais favorável à vacinação como forma de prevenção.

Dados do Eurobarómetro, relevado esta sexta-feira, mostram, por outro lado, que quase metade dos europeus (48%) acredita que as vacinas causam efeitos secundários com frequência.

Ainda assim, uma larga maioria dos europeus - 88 por cento - concordam que as vacinas são importantes para proteger a si e aos outros. Mas uma maioria relativa disse que as vacinas estão frequentemente ligadas a reações adversas sérias - uma declaração desmentida por evidências científicas.

O Eurobarómetro divulgado esta sexta-feira, a propósito da Semana Europeia da Vacinação, que dá conta de que 53% dos 1 013 portugueses inquiridos no estudo da União Europeia consideram que "sim, sem dúvida" as vacinas podem prevenir doenças infecciosas ou virais.

Já 39% dos inquiridos portugueses entende que "sim, provavelmente" as vacinas podem ter este efeito, enquanto apenas 2% defende que "provavelmente não" e só 1% argumenta que "não, de todo". Outros 3% respondem que esta forma de prevenção "depende da doença".

Portugal entre os mais favoráveis à vacinação

Portugal é, inclusive, o sétimo país da UE com opinião mais favorável à vacinação como forma de prevenção destas doenças, a seguir à Holanda, Finlândia, Suécia, Espanha, Malta e Dinamarca.

As doenças infecciosas apontadas pelos portugueses como predominantes na UE foram a hepatite, a meningite, a gripe, o sarampo, a poliomielite e o tétano.

Neste Eurobarómetro, Portugal é também o terceiro país com mais respondentes que foram vacinados nos últimos cinco anos (67%), apenas ultrapassados pelos finlandeses (72%) e pelos alemães (69%).

Razões da opção por vacinar e não vacinar

Entre as razões apontadas pelos inquiridos para a vacinação está a recomendação por profissionais do setor (58%), seguindo-se a obrigação à luz da lei nacional (40%), a sugestão por autoridades de saúde (17%) ou por amigos e familiares (4%) e ainda por ser necessário para viajar para determinado local (4%).

Quanto aos motivos apontados por não terem sido vacinados nos últimos cinco anos, os inquiridos portugueses indicaram que isso se devia a não terem sido recomendados por profissionais de saúde (36%), por estarem cobertos por vacinas anteriores (25%) ou ainda por não necessitarem (20%), entre outros motivos.

Os 1 013 inquiridos portugueses foram entrevistados entre os dias 15 e 25 de março deste ano.

Ao todo, na UE, foram registados 27 524 respondentes, a maioria (52%) dos quais vincou que, "sim, sem dúvida", as vacinas podem ajudar a prevenir doenças infecciosas, seguindo-se respostas como "sim, provavelmente" (33%), "provavelmente não" (6%) e ainda "não de todo" (3%). Outros 3% respondem que isso "depende da doença".

Numa declaração divulgada juntamente com este Eurobarómetro, o vice-presidente da Comissão Europeia Jyrki Katainen vinca que a desinformação contra as vacinas é uma das "ameaças mais graves em matéria de saúde pública".

Segundo Jyrki Katainen, isso tem levado ao "aumento nos últimos anos de surtos de doenças evitáveis pela vacinação, com consequências graves para a saúde", por vezes, "mortes que se poderiam prevenir".

O responsável vincou que, por isso, Bruxelas deve continuar a "aumentar a cobertura vacinal e combater a desinformação".

Para setembro deste ano está marcada uma Cimeira Mundial da Vacinação, que será organizada em Bruxelas pela Comissão Europeia e pela Organização Mundial de Saúde.

"Esta é uma mensagem inequívoca de apoio político sobre os benefícios da vacinação, a importância de prosseguir a investigação a fim de obter melhores vacinas e a necessidade de garantir a igualdade de todos no acesso às vacinas", adianta Jyrki Katainen.

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