Mais de 130 alunos de duas escolas com sintomas de alergia

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Quase sete dezenas de alunos da Escola EB 2,3 e Secundária José Falcão foram assistidos, nos últimos dois dias, no Centro de Saúde de Miranda do Corvo (Coimbra). O delegado de Saúde, Henrique Mendes, desconhece as causas do problema. Já em Melgaço, as mais de 60 crianças assistidas na unidade de saúde local apresentavam sintomas alérgicos à lagarta do pinheiro, de acordo com o delegado de Saúde.

Ontem, entre as 10.30 e as 13.15, os bombeiros de Miranda do Corvo mobilizaram quatro ambulâncias para transportar 34 alunos. No dia anterior, tinham sido 35 estudantes com os mesmos sintomas: dores de cabeça, náuseas, dores abdominais. Das 69 crianças, cinco tiveram febre.

A dificultar o diagnóstico, assume o delegado de saúde, está o facto de que nem todos os que foram ao médico comeram no refeitório da escola. Ainda assim, assegura ao DN, "o arroz com almôndegas que foi servido na cantina, na quinta-feira, vai ser sujeito a análises". Os alunos, entre os 10 e 15 anos, frequentam o 5.º e 6.º ano, e, em comum, têm apenas o facto de frequentarem a mesma sala de aula. Henrique Mendes diz ainda que, desde domingo, alguns adultos têm ido ao médico com gastroenterites, embora sem necessidade de receber cuidados médicos hospitalares. "Em princípio, é uma situação banal mas, em sete anos de funções como delegado de saúde, nunca tal tinha acontecido", diz o médico ao DN.

A ausência de explicação clínica para este fenómeno está a dificultar a resposta por parte do conselho executivo da E,B e Secundária José Falcão do Agrupamento de Escolas de Miranda do Corvo. De acordo com o director, Fausto Luís, "não se prevê o encerramento da escola nem uma limpeza extraordinária, uma vez que ainda não sabemos o que está em causa". Fausto Luís compreende a preocupação dos pais e familiares dos alunos mas entende que não se deve alarmar a população, uma vez que "algumas crianças só foram ao médico por uma questão de precaução".

Quanto ao caso de Melgaço, Alexandre Iglésias, delegado de Saúde, afasta a possibilidade de crianças que frequentam a Escola EB 2,3 - e se queixam de "forte comichão" - terem sido afectadas pela água: "O mais provável é tratar-se de uma reacção dermatológica de contacto irritativo à lagarta do pinheiro". A autoridade de Saúde de Melgaço admite que muitas crianças "aparecem a pedir apoio médico por contágio psicológico". | Com PAULA FERREIRA

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