Maioria apoia o 'não' à Madeira independente

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A maioria dos inquiridos desta sondagem da Marktest para o DN e a TSF está contra a independência da Madeira. Se fossem chamados a participar num referendo, 59,2% votariam "não" à independência, contra apenas 23,5 a favor. De notar, no entanto, que o universo do estudo abrange apenas eleitores do Continente. O grupo "não sabe/não responde" ronda os 17%.

A distribuição destes "votos" por opções partidárias (PS e/ou PSD) foi analisada pela Marktest. Basicamente, nada de essencial separa os eleitorados dos dois maiores partidos quando o assunto é a independência da ilha de Alberto João Jardim. Ambos os eleitorados se manifestam maioritariamente contra e com valores próximos: 65,2 no do PSD e 64,8 no do PS.

O estudo estratifica ainda as respostas por zonas geográfica, por género, por grupo etários e por grupos sociais. As mulheres são mais abstencionistas, razão pela qual é mais baixa - em relação aos homens - a percentagem das que se manifestam tanto contra como a favor da independência.

Nos grupos etários, verifica- -se também que o que mais se opõe à independência é o de mais de 55 anos (61,7%). O que menos se opõe é o grupo dos 18 aos 34 anos (56,8%). Em nenhum grupo o "sim" à inde- pendência é maioritário face ao "não".

Na estratificação geográfica foram definidas seis "regiões": Grande Lisboa, Grande Porto, Litoral Norte, Litoral Centro, Interior Norte e Sul. A "região" onde foi detectada maior oposição à independência da Região Autónoma da Madeira é a da Grande Lisboa (66,9%). No Sul a percentagem é parecida, embora ligeiramente inferior: 65,8. Aquela onde se encontrou menor oposição foi a do Litoral Centro (47,3%).

Quanto à divisão por classes sociais, verifica-se que o "não" a uma Madeira independente tem mais força no grupo definido como classe "alta/média-alta (64,7%). À medida que se vai descendo na escala social diminui a oposição à independência. Na classe "média-baixa/baixa" é de 57,8%.

O estudo da Marktest analisou também o apoio (ou rejeição) à ideia de um referendo sobre a independência do arquipélago de Alberto João Jardim.

Uma maioria clara (56,4%) pronunciou-se contra. Só 31% disseram "sim" a essa consulta. A "abstenção" (grupo dos "não sabe/não responde") foi de 12,1%.

A sondagem olhou também para a nova Lei das Finanças Regionais, que prevê a diminuição das transferências financeiras para a Madeira. Aqui, a esmagadora maioria dos inquiridos revela um apoio aos cortes à região liderada por Alberto João Jardim: 60,1% estão a favor de menos dinheiro para a Madeira, contra apenas 21,5 que estão contra os cortes previstos. Quem mais apoia os cortes são os homens, os elementos das classes mais altas, os residentes em Lisboa e, naturalmente, os eleitores do PS.

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