Maioria absoluta: ordem para fazer

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O povo falou claro. Os resultados das últimas eleições legislativas são um sinal inequívoco de que o país anseia por estabilidade, equilíbrio e capacidade de concretizar soluções centradas nas pessoas. E essa estabilidade passa por termos um governo duradouro, seguro e consistente. Também isso é essencial para os municípios. Precisamos, o país precisa, de um governo com capacidade de responder aos desafios estruturais, aos problemas resultantes das limitações da pandemia e aos desafios do futuro. A maioria absoluta na governação do país pode contar com um poder local focado nesse triplo desafio, consciente de que é preciso construir novas soluções e equilíbrios para as pessoas e os territórios. Aliás, a pandemia reforçou a importância de mantermos capacidade de resposta e soluções de proximidade no país e junto das comunidades.

Depois de dois anos fustigados pela pandemia e pela crise que a mesma desencadeou, necessitamos de ação. Temos agora a oportunidade de implementar projetos estratégicos para Portugal e de otimizar investimentos em áreas fundamentais como a saúde, a educação, a coesão social e a geração de novas oportunidades para as pessoas e a totalidade do território nacional. Mas é também o momento de olharmos seriamente para a coesão territorial e para a redução das assimetrias regionais, pelo que o tema da regionalização ganha ainda mais premência. Há mais de 25 anos que falamos dela, mas a verdade é que Portugal continua a ser um país onde imperam os centralismos, o de Lisboa e o de outros epicentros fora da capital. Se queremos um poder mais próximo das pessoas e mais representativo, se queremos melhor execução, com ganhos evidentes para as populações, temos de encarar a regionalização como o caminho a seguir, a partir da experiência e da capacidade de fazer dos autarcas municipais e de freguesia.

Essa proximidade faz-se envolvendo a comunidade, ouvindo as suas preocupações e anseios. Só assim conseguimos responder às reais necessidades dos territórios. Neste que é o meu primeiro mandato à frente dos destinos da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, é o que tenho procurado fazer: trabalhar em permanente contacto com os munícipes. É o caso da Via Circular Urbana de Póvoa do Lanhoso, entre outros projetos e iniciativas. Uma obra há muito desejada, que vai permitir consolidar a malha urbana da Póvoa de Lanhoso, bem como melhorar as condições de trânsito e ambientais do centro da vila. Ou seja, trata-se de uma aposta clara no estímulo da economia e na valorização do território, uma vez que contribui para a atração de investimento e a criação de emprego.

Este é, sem dúvida, o principal desafio que enfrentamos enquanto país: saber unir esforços para conciliar as preocupações pandémicas com as reformas estruturantes que têm de ser feitas para acelerar a recuperação económica de Portugal.

Estamos, provavelmente, perante a mais virtuosa conjugação de financiamentos comunitários ao dispor do país. As oportunidades que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o Portugal 2030 e o fecho do Portugal 2020 representam não podem ser desperdiçadas. Este é o tempo de olhar para o país como um todo, sem exclusões e preferidos, com sentido integrado de promoção de uma maior coesão social e territorial. É esta visão global, com capacidade de concretização local, que nos pode relançar como país e erradicar os riscos que existem para o sistema democrático, os equilíbrios sociais e o desenvolvimento das comunidades. A maioria absoluta, a voz clara do povo, precisa dessa resposta. Na Póvoa de Lanhoso estamos prontos para dizer presente e fazer o que ainda não foi feito. Sem hesitações, com rumo certo, sempre próximos das pessoas e com o foco nas suas realidades.

Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso

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