A Europa, a par de seis outros países parceiros, acaba de lançar a primeira pedra da conclusão de um inédito gigantesto reator de fusão nuclear. O Iter, como foi designado o projeto, entrou esta terça-feira na fase final de montagem, que se prevê irá durar cinco anos. Os especialistas defendem que esta pode vir a ser uma fonte de energia limpa e ilimitada, capaz de contribuir para combater a crise climática..As instalações do projeto obrigaram a um investimento de 20 mil milhões de euros e foram construídas em Saint-Paul-les-Durance, no sul de França. Quando estiver terminado, o complexo terá a capacidade de produzir o "plasma" superaquecido necessário à produção de energia..O Iter é o resultado de uma colaboração entre a União Europeia, EUA, China, Índia, Japão e Coreia do Sul, tendo todos eles partilhado os custos de produção..Até ao momento, os reatores nucleares existentes baseavam-se na fissão nuclear, isto é, era a divisão do atómo de um elemento químico que produzia energia. No fim do processo, ficava um resíduo, lixo, radioativo..Ao contrário, a fusão nuclear funciona pela combinação de dois elementos mais leves para formar outro mais pesado. Um processo que liberta enormes quantidades de energia, gerando um composto estável não radioativo, limpo..É este o processo de produção de energia que acontece no interior das estrelas..O Iter vai confinar o plasma aquecido no interior de uma estrutura designada por Tokamak, de modo a controlar as reações de fusão. O objetivo é demonstrar se a fusão poderá ser, ou não, comercialmente viável.