Mãe de Renato Seabra pediu ajuda ao consulado

Odília Pereirinha chegou ontem a Nova Iorque para se inteirar da situação do filho, que já confessou o homicídio do cronista social.
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De semblante carregado e com sinais evidentes de preocupação, Odília Pereirinha chegou ao consulado de Portugal, situado no número 590 da 5.ª Avenida, no coração da cidade de Nova Iorque, pelo meio-dia de ontem, sensivelmente cinco da tarde em Portugal, sem prestar qualquer tipo de declarações aos muitos meios de comunicação social presentes no local.

Acompanhada por um indivíduo cujo nome não foi possível confirmar, a mãe do agora formalmente acusado pelo homicídio do cronista social Carlos Castro, o manequim Renato Seabra, encontrou-se no consulado de Portugal com o representante máximo do mesmo, o chanceler António Eugénio Pinheiro.

O encontro demorou cerca de uma hora e meia, sem que qualquer informação fosse avançada sobre o teor do mesmo. No entanto, sabe o DN, a reunião serviu para a mãe do modelo se inteirar do caso e ainda para perceber que apoio legal poderá receber Renato Seabra, acusado formalmente de um crime de homicídio em segundo grau, o que significa que, de acordo com a Constituição do Estado de Nova Iorque, pode incorrer numa pena de 25 anos até prisão perpétua, caso seja considerado culpado de um crime que já terá confessado.

A mãe do jovem de 21 anos, natural de Cantanhede, deixou as instalações consulares pelas seis e meia da tarde (hora portuguesa) da mesma forma como entrou, sem prestar qualquer tipo de declarações, partindo depois a grande velocidade, acompanhada pela filha e pelo tal indivíduo.

Apreensão e nervosismo eram sinais evidentes no rosto de Odília Pereirinha à saída, adivinhando, afinal, a notícia depois confirmada da formalização da acusação.

Contactado mais tarde pelo DN, o Consulado de Portugal em Nova Iorque não avançou com qualquer informação relacionada com este caso.

Segundo declarações prestadas ao DN por um advogado criminal da cidade de Nova Iorque, a confirmar-se a acusação, Renato Seabra poderá incorrer numa pena de prisão, de vinte e cinco anos a perpétua, tudo dependendo da confirmação do modo como o crime foi perpretado.

O facto de o presumível homicida se encontrar detido numa unidade médica de cuidados psiquiátricos, impossibilitado de receber visitas até comparecer perante um juiz, poderá levantar várias questões legais e atrasar o processo.

Parte fundamental deste caso será agora a reconstituição do crime. Ao que apurou o DN, as causas da morte de Carlos Castro terão sido lesões na área do crânio e estrangulamento, faltando agora estabelecer o enquadramento legal de outras acções, nomeadamente a castração e a presença de outros sinais de violência, que terão impacto directo na formulação da acusação e na possível pena a ser pedida pelo Ministério Público.

Entretanto, duas das irmãs de Carlos Castro são esperadas hoje em Nova Iorque para reconhecerem o corpo do jornalista e darem início ao processo que levará à sua cremação, como era seu desejo.

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