Mãe de Joana teve atitude de «psicopata»
A mãe da menina Joana, de oito anos, «desempenhou o papel do psicopata» neste tempo em que o paradeiro da menor era ainda uma incógnita. Rui Abrunhosa, psicólogo da justiça especialista em perfis de agressores, aponta que existem ainda lacunas nesta triste história, mas não tem dúvidas: a postura da progenitora que terá alegadamente participado no homicídio da própria filha «é muito típico da psicopatia que, sendo mais rara no sexo feminino do que no masculino, não deixa de existir».
Este investigador da Universidade do Minho assinala o «comportamento exibicionista» de Leonor Cipriano, que se desdobrou em entrevistas aos jornais e participações em programas televisivos. «Representou muito bem, teve grande capacidade de dissimulação e mostrou ser uma grande manipuladora», afirma Rui Abrunhosa. Atitudes próprias de psicopata que fizeram, por exemplo, «recordar o crime de Fortaleza, com Luís Miguel Militão a chorar à frente das câmaras, mas quando estas desligavam, virava-se para o lado e já falava normalmente».
Este especialista assinala, contudo, a necessidade de se averiguar se a mãe da Joana foi, de facto, a sua assassina ou se terá sido apenas conivente no crime e na sua ocultação. Por outro lado, Rui Abrunhosa questiona ainda se o segundo alegado autor do crime, tio da criança, não terá coagido Leonor Cipriano e se esta não terá estado sob ameaça. Dúvidas que não escamoteiam o facto de a mãe ter andado a «aparentar algo que não existiu», indiciando que o seu relacionamento com a filha deveria ser «frio e desprovido de afectos. Joana era, provavelmente, vítima de maus tratos».