Mãe caiu em Lisboa e não quis dizer a 'Johnny'

Roberta, mãe do candidato derrotado à Casa Branca, está a recuperar do desmaio, quinta-feira, no Chiado, e pode ter alta hoje. A nora, Cindy,  e o pastor têm sido visitas diárias desta paciente do Hospital de São José.
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Noventa e sete anos é idade suficiente para se ter juízo. Eis uma regra com que poucos rebeldes se atreveriam a contestar, mas que não encaixa - de maneira nenhuma - no perfil de Roberta McCain. A mãe do senador americano derrotado na corrida à Casa Branca é uma pequena dor de cabeça para "Johnny". A sua última proeza foi vir para Lisboa de férias e tentar guardar segredo.

A viagem até podia ter passado despercebida não fosse um pequeno incidente de percurso. A história deu que falar nos últimos dias: sexta-feira, um dia depois de chegar a Lisboa, Roberta desmaiou no Chiado, perto do café A Brasileira - onde teria estado a tomar uma bebida - bateu com a cabeça no chão e foi levada numa ambulância do INEM.

O hematoma convenceu os médicos do hospital de São José a interná-la para observação. Roberta ainda tentou que o filho não fosse informado, mas a notícia não tardou a percorrer o Atlântico e chegar aos ouvidos de John McCain, que de pronto enviou a mulher, Cindy, herdeira multimilionária de uma distribuidora de cerveja, a Lisboa, para trazer de volta, sã e salva, a enfant terrible da família.

Um regresso que poderá não tardar. O hospital revelou ontem em comunicado que o estado de saúde da americana está a "evoluir favoravelmente". Informações não oficiais apontam para que a doente tenha alta hoje - isto depois de ter sido dado como quase certa a saída no fim-de-semana.

Na ala dos cuidados intermédios de neurocirurgia, Roberta tem sido uma privilegiada e bem guardada. Desde sábado que a doente mais famosa do hospital São José recebe a nora e o pastor, fora do horário normal de visita.

O pastor - que não se quis identificar mas, tudo indica, pertence à Igreja Batista do Sul - chega todas as manhãs com a Bíblia debaixo do braço. Com o português que aprendeu numa década de vida em Portugal cumprimenta os seguranças do hospital e entrega, a quem guarda a porta da enfermaria, um papel com o seu nome e algumas palavras em inglês. Numa sala do corredor atrás da porta branca, Roberta lê-o e só depois aceita ou não que o guia espiritual entre para continuar a ler o salmo que não terminou na véspera ou começar outro

A nora, com a missão de a levar de volta a casa, chega também de manhã num SUV preto de vidros fumados que faz virar os olhares. Sábado, no final da visita, a mulher do republicano que enfrentou Barack Obama na eleição presidencial de há um ano, contou ao DN que a sogra "está bem" e "dentro de dias estará pronta para outra".

Uma expressão que é muito mais do que uma pequena graça. Apesar da idade, Roberta é uma mulher imparável habituada a correr o mundo. De acordo com a TVI, o seu passaporte caduca a 5 de Março de 2019 - se estiver viva, nessa altura, terá 107 anos.

Roberta costuma viajar com a irmã gémea, Rowena, por companhia. Neste aspecto, a visita a Lisboa foi uma excepção: a nonagenário veio sozinha. Quinta-feira à tarde chegou de táxi ao Borges, um hotel de duas estrelas na Baixa lisboeta. A reserva feita pela Internet era apenas para uma noite.

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