Luís Almeida Martins sistematiza 365 factos históricos

O jornalista Luís Almeida Martins acaba de lançar o livro "365 dias com histórias da História de Portugal", com o qual pretende aproximar a História do quotidiano dos portugueses.
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"A ideia é aproximar a História das pessoas e que [a História] volte a ser uma coisa familiar, porque já o foi no passado", disse à Lusa o jornalista, que lamentou o facto de "hoje em dia estarmos afastados da nossa História".

O modelo adoptado foi uma história por dia, que é um acontecimento histórico, fazendo os "365 dias com histórias da História de Portugal".

"No passado, as pessoas se, de uma forma geral, eram menos cultas e até com menor formação académica, havia um conhecimento da História, das tradições. Hoje em dia vive-se muito o momento efémero. Temos mais informação e menos conhecimento", rematou.

"As pessoas vivem apenas o imediato e não sabem o que é que conduziu ao estado atual das coisas e isto reflete-se em tudo", afirmou.

Com esta obra, divida em 365 histórias -- "uma por dia" -- pretende o autor "ajudar os portugueses a compreender melhor o presente".

"Hoje em dia sabe-se muito pouco, vagamente, e por alto, e isso viu-se quando se elegeu o maior português, o vencedor foi o Oliveira Salazar e em segundo lugar ficou o Álvaro Cunhal, porque são figuras relativamente recentes".

O autor levou cerca de um ano a coligir estas "histórias da História" e abre o livro, precisamente com uma história da sua família, quando um tio-avô "não resistiu à tentação de ir espreitar" o Rei D. Carlos, que fumava um charuto na cabina do vapor Tejo. Quand o monarca deu por ele, ofereceu-lhe um charuto, aproveitando para o questionar sobre quem mais admirava, ao que lhe respondeu ser o Infante D. Henrique.

Editado pela Esfera dos Livros, "365 Dias com histórias da história de Portugal" totaliza 694 páginas, e refere temas como "o mito das obras de Santa Engrácia", "quem foi o mata-frades", "o infante cor de rosa", ou "a curta vida de Maria Severa", contextualizando cada uma das histórias.

Luís Almeida Martins, 62 anos, é jornalistas e editou já vários livros, nomeadamente os romances "Viva Cartago!" (1983) e "O tesouro africano" (2002). Fundador da revista História em 1978, dirigiu-a durante 15 anos.

Passou pelos quadros, entre outros, do Diário de Lisboa, Flama, A Capital, O Jornal, e Visão História, de que é actualmente editor.

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