Luc Besson aposta na animação com 'Artur e os Minimeus'

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Custou 65 milhões de euros, demorou cinco anos a rodar, intitula-se Artur e os Minimeus e é o novo filme do realizador e produtor francês Luc Besson, e o seu primeiro de animação. Uma fantasia para o público juvenil, que combina computadores e imagem real e conta, entre as vozes da versão inglesa, com nomes como David Bowie, Madonna ou Snoop Dog.

Besson esteve em Lisboa para apresentar a produção, que ficou pronta apenas há três semanas e tem estreia marcada em Portugal no próximo dia 14. Baseado num livro escrito pelo próprio realizador, que teve primeiro a forma de um argumento, Artur e os Minimeus conta a história do pequeno Artur (Freddie Highmore), que tenta salvar a casa e as terras da avó (Mia Farrow) de serem penhoradas procurando um tesouro escondido pelo avô africanista desaparecido, e entra em contacto com o minúsculo povo subter- râneo dos Minimeus.

Na origem do filme está "uma ideia de Patrice Garcia, que colaborou comigo no meu filme O Quinto Elemento", conta Besson. "Um dia, ele mostrou-me um desenho de Artur, que é o que está na capa do livro. O Patrice queria fazer apenas uma pequena série de TV, mas eu disse-lhe que não sabia nada de TV e decidimos partir antes para um filme."

Céline Garcia, mulher de Patrice, escreveu as histórias originais, que tinham apenas cinco minutos de duração e passavam-se no mundo subterrâneo dos Minimeus, sem a intervenção de humanos. Besson pegou nelas e deu-lhes uma volta considerável, até à forma que encontramos agora em livro e filme.

Apesar de Artur e os Minimeus ser claramente apontado aos espectadores mais pequenos, Besson acha que o filme "tanto pode ser visto e apreciado por um miúdo português de seis anos como por um septuagenário coreano", isto porque "no fundo, nunca sabemos que público os filmes vão tocar".

Apesar de, quer como realizador, quer como produtor, estar ligado a muitos dos sucessos comerciais recentes do cinema francês, Luc Besson diz ter tido dificuldades em financiar este projecto: "Começámos a trabalhar nele há cinco anos, e na altura os distribuidores não estavam muito receptivos à animação digital. Agora, quase só se fazem filmes animados digitais. Por isso, estivemos três anos a filmar com dinheiro nosso e sem uma única imagem para apresentarmos aos financiadores. Felizmente, os licenciadores das personagens para o merchandising acreditaram em nós e os acordos que fizemos com eles deram-nos mais espaço de manobra."

Muito criticado em França por fazer um cinema sem identidade, totalmente colado aos modelos industriais de Hollywood, Luc Besson afirma-se como um realizador "internacional em termos de expressão mas europeu quando toca ao negócio". E contra -ataca, dizendo que, se quisesse fazer "cinema francês, filmava a preto e branco duas pessoas a falarem numa casa de banho".

Artur e os Minimeus não será o último filme que Besson realizará, para poder dedicar-se inteiramente à produção, como se especulava, porque "se este tiver sucesso, farei o segundo, que estou já a escrever baseado no segundo livro da série Artur", esclareceu. Acrescentando que está a trabalhar também "em algo mais político e mais negro".

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