Louçã acredita em eleição por Braga
Francisco Louçã iniciou ontem um périplo de dois dias pelo distrito de Braga, em cujo círculo eleitoral o Bloco de Esquerda (BE) deposita agora grandes esperanças em eleger um deputado. As previsões favoráveis das sondagens (quase todas apontam para votações na ordem dos oito por cento) estão a animar as hostes bloquistas e geram a expectativa de conseguir um resultado histórico em Braga.
Nas legislativas de 2002, o BE foi apenas a quinta formação partidária mais votada, com 7635 votos, ficando muito longe da eleição. A CDU, que não conseguiu eleger deputados, obteve mais 12 mil votos que o BE. O professor universitário Pedro Soares é o cabeça-de-lista por Braga e Francisco Louçã está confiante que a 20 de Fevereiro pode ser eleito. "A reacção está ser excelente e nota-se muito entusiasmo. O BE está a fazer em Braga uma campanha como nunca fez e disputa objectivos maiores", disse Francisco Louçã. O BE recusa, contudo, traçar para Braga a meta de eleição de um deputado, mantendo a prudência. Lisboa, Porto e Setúbal são as apostas assumidas para eleger deputados, com Braga e Coimbra a constituírem esperanças fortes.
O dia bloquista iniciou-se em Vila Nova de Famalicão, em pleno Vale do Ave, com uma visita à empresa têxtil Riopele, uma das indústrias portuguesas que equacionou deslocalizar para a China. O líder do BE contactou com os trabalhadores e criticou as políticas de deslocalização e também as falências. "Portugal tem o recorde europeu de falências e, sobretudo, de falências fraudulentas", disse. À tarde, Francisco Louçã e os candidatos pelo distrito andaram pelas ruas de Guimarães e o dia findou com um comício em Famalicão.
Para fazer a campanha é necessário dinheiro e, na noite de quarta-feira, o BE angariou cerca de 4000 euros com a realização de um leilão em Lisboa. O BE estima gastar um total de 730 000 euros.