Livro "Ruído Branco" de Ana Carolina é apresentado por José Luís Peixoto em Lisboa

A cantora e compositora brasileira Ana Carolina estreia-se na literatura com "Ruído Branco", uma obra de cariz autobiográfico, que inclui poesia, prosa, poesia musicada, e o "caderninho", que é apresentado na segunda-feira em Lisboa.
Publicado a
Atualizado a

O "caderninho" é o título que Ana Carolina dá a um conjunto de poemas datilografados, que são reproduzidos em 'fac simile' (cópia do original), que escreveu entre os 11 e os 12 anos. Em alguns destes são visíveis emendas feitas por Ana Carolina, acrescentos ou alguns apontamentos.

"Ruído Branco" é apresentado na FNAC do Chiado, em Lisboa, na segunda-feira às 18:30, pelo escritor José Luís Peixoto, que assina o prefácio da edição portuguesa, com a chancela da Planeta Editora.

Referindo-se a Ana Carolina como "poeta", sobre o livro, José Luís Peixoto afirma: "Pode ser que a minha maneira de escrever-lhe tenha sido lê-la".

Na sequência deste raciocínio, e dirigindo-se aos leitores, Peixoto prossegue: "É esse encontro que as páginas seguintes [do livro] prometem. Nelas, ler e escrever são gestos separados por um espelho. Você é ela. Ela é você. Com muita probabilidade, como me aconteceu a mim, poderá encontrar o seu nome escrito num verso".

A autora de "Quem de Nós Dois" abre o livro com a seguinte afirmação: "O homem que há em mim se apaixonou perdidamente pela mulher que sou".

A obra reproduz algumas telas da autora e várias fotografias, na sua maioria de autoria de Nelson Faria, e inclui ainda um prefácio do escritor Fabrício Carpinejar, que defende que um poema de Ana Carolina "sangra ou o poema corta" e repudia qualquer ideia de possam ser "versinhos", argumentando que a compositora e autora "pode passar o discurso de que não tem nenhuma pretensão", mas na sua personalidade lírica "não há meio-termo".

Num texto que fecha a obra, a atriz e escritora Elisa Lucinda, fala de "versos anacarolinicos" que "dão rasantes".

Sobre a produção poética de Ana Carolina, Elisa Lucinda afirma que "são poemas indigestos qie se jogam das alturas entre poemas desamparados, entre outros de estranha e belíssima formusura".

"Uma surpresa. Uma garganta arranhando a avenida quando chega", conclui, para acrescentar que "a poesia de Ana carolina chega cheia de sinceridade ao nosso encalço".

Ana Carolina, de 43 anos, começou a tocar violão aos 12 anos e iniciou a carreira fonográfica aos 25 anos. Segundo dados da editora portuguesa, vendeu "mais de cinco milhões de discos", tendo recebido vários prémios internacionais.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt