Na coleção Retratos, obras que tentam recuperar a "tradição da grande reportagem", a fundação tem por hábito convidar jornalistas, mas também já convidou escritores, como foi o caso de Djaimilia Pereira de Almeida e Luísa Costa Gomes, explicou o responsável pelas publicações, António Araújo, durante a apresentação do plano editorial da FFMS para 2019..Este ano, a FFMS vai publicar um livro da autoria do escritor Afonso Cruz, que tem como título "O macaco bêbedo foi à ópera", ao qual a fundação teve de acrescentar o subtítulo "da embriaguez à civilização", porque, apesar de "alguma abertura", continua a ter a sua "sisudez", brincou o responsável..Trata-se de um texto sobre o consumo da cerveja e a sua importância civilizacional, uma "reportagem quase histórica que mostra que os alicerces da nossa civilização estão muito ligados ao consumo da cerveja", disse António Araújo..É o percurso do macaco bêbedo, que desce das árvores para obter mais calorias dos frutos caídos, em fase de fermentação, e que, graças a isso, acabará por construir cidades, sobrepovoar o planeta e ir à ópera.."Cientistas portugueses", pelo bioquímico e redator científico na "Ciência Viva" David Marçal, é outro retrato, este sobre quem faz investigação científica em Portugal, e "Quinas e Castelos" é um livro sobre os símbolos visuais identificativos de Portugal, até aos nossos dias, pelo "maior especialista em heráldica", Miguel Metelo Seixas.."Arquive-se, uma viagem pelos arquivos nacionais" é o título do retrato feito pela historiadora e investigadora Rita Almeida de Carvalho, no qual faz uma incursão na gestão do património arquivístico nacional, para revelar que nem tudo está bem e explicar porquê..O comentário político na televisão é igualmente alvo de estudo, pela especialista em ciências da comunicação Rita Figueiras, num livro que tem como título "O efeito Marcelo", numa alusão aos comentários que o atual Presidente da República fazia em noticiários..Este livro analisa a evolução do comentário político na televisão portuguesa, procurando responder a questões como "quem são os sucessores do 'Professor'", "como encaram a sua função e que temas privilegiam", "por que motivo tão poucos são mulheres", "que espaços têm à disposição" e "qual a sua distribuição partidária"..A investigadora Marta Prista explora o conceito da gentrificação num retrato intitulado "Vila Medieval", que faz o retrato de uma dessas vilas, que os discursos e experiências de quem a habita e a visita, de quem a regula ou a regista, construíram como património.