Livrarias brasileiras Nobel querem ter 70 lojas em Portugal

Publicado a
Atualizado a

A rede brasileira de livrarias Nobel, que detém 140 lojas naquele país, vai entrar no mercado português e tem como objectivo abrir 70 lojas nos próximos cinco anos, incluindo uma megastore em Lisboa já em 2005. A primeira loja da marca irá abrir ainda antes do Natal, nascendo de uma remodelação da Livraria Académica em Aveiro.

A entrada da Nobel em Portugal será feita sobretudo através do grupo de construção e imobiliário Oroana, que comprou os direitos de franchising da rede brasileira. Segundo avançou à Lusa Carlos Duarte, da Oroana, esta empresa começou por adquirir 50 por cento da Livraria Académica, em Aveiro, e tem planos para abrir lojas em todo o País. Apesar de a actual situação económica do país não o entusiasmar, Carlos Duarte acredita no êxito dos produtos culturais.

A Nobel foi fundada em São Paulo em 1943 pelo imigrante italiano Cláudio Milano, especializando-se na venda e edição de manuais escolares. Além das lojas, a marca possui duas editoras de livros: a Marco Zero e a Studio Nobel. No mercado brasileiro há 60 anos, actualmente a Nobel não vende só livros mas também jornais e revistas, produtos de papelaria, e-books, CD e DVD. As suas lojas, que incluem muitas vezes espaços de cafetaria e lazer (para a realização de eventos culturais) têm vários formatos, que poderão ser adoptados em Portugal: da Loja Expresso (mais pequena e compacta, género quiosque) à Megastore (com uma área de 200 ou mais metros quadrados), passando pela Tradicional (superfícies de média dimensão que incluem livrarias e papelarias).

Em Portugal, a grande aposta da Nobel será a comercialização da cultura brasileira, sobretudo obras literárias, livros técnicos e discos. Carlos Duarte garantiu à Lusa que estão já a ser estabelecidas negociações com editoras e discográficas portuguesas, com vista a obter vantagens competitivas para as empresas que queiram vender os seus produtos nas lojas Nobel.

A associação da Oroana à marca brasileira não se vai limitar a Portugal, estando já prevista a continuação da parceria na expansão aos países lusófonos e à Ásia.

reacções. A FNAC, que detém sete lojas em Portugal, não se mostra ameaçada pela chegada de concorrência. Viriato Filipe, director de comunicação do grupo, declarou à Lusa que «a FNAC tem já um conceito muito próprio e qualquer outra cadeia que entre no mercado terá de adaptar o seu conceito a Portugal, podendo ou não ser bem sucedida nesse processo». E sublinhou que o êxito e o peso concorrencial das Nobel vai depender também «do local onde as lojas se instalarem». Tranquilidade é também a tónica do discurso de António Pinheiro, administrador das livrarias Bertrand (39 lojas abertas, mais cinco no próximo ano), que considera que as mais prejudicadas serão «sobretudo as pequenas livrarias tradicionais».

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt