Lisboa vai ter mais sete ciclovias este ano. E EMEL ganha poderes

Até ao final do ano vão surgir sete novos espaços para circulação prioritária de bicicletas em Lisboa. No total serão investidos cerca de três milhões de euros e a responsabilidade é da EMEL, que passa a gerir a mobilidade da cidade em todas as suas vertentes.
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Lisboa vai ter sete novas ciclovias durante este ano num investimento de cerca de três milhões de euros, obras que vão ser da responsabilidade da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa, que vai passar a gerir tudo o que diga respeito à mobilidade na cidade, desde parques de estacionamento até às obras para a colocação de carris para o elétrico.

Além de liderar os projetos para a construção de novos espaços para a circulação de bicicletas e o projeto Gira (bicicletas partilhadas), a EMEL vai passar a gerir também toda a rede de semáforos de Lisboa. Ou seja, passa a ter sob a sua alçada o controlo inteligente do tráfego na cidade, a sua análise e previsão. Para cumprir esses objetivos receberá da autarquia liderada por Fernando Medina 8,740 milhões de euros até 2021, sendo 5,460 milhões de euros adjudicados à gestão da rede de semáforos e 3,300 milhões de euros para a construção de ciclovias.

De acordo com os documentos disponíveis no site da AM as novas cicloviasvão surgir nos seguintes locais: Avenidas Novas-Arroios (investimento de 100 mil euros); rede ciclável ocidental (180 mil euros); Alvalade-Av. Gago Coutinho (200 mil euros); Av. Combatentes-Lima Basto (350 mil euros); rede ciclável do Parque das Nações (400 mil euros); rede ciclável complementar Alvalade-Areeiro (850 mil euros); eixo Av. Manuel da Maia-Av. Afonso Costa (um milhão de euros). Há ainda uma verba de 218 mil euros reservada para outros projetos da rede ciclável. No total serão três milhões e 300 mil euros. Atualmente a cidade tem cerca de 90 quilómetros de ciclovias e até 2021 poderá chegar aos 200 quilómetros.

A alteração aos estatutos da EMEL, já prevista no plano de atividades para este ano, que vai possibilitar a transferência destas competências para a empresa, foi votada e aprovada pela câmara municipal no dia 24 de janeiro - com os votos favoráveis de PS, Bloco de Esquerda e dois deputados independentes; contra votaram os deputados do CDS/PP e do PCP e o PPD/PSD optou pela abstenção. Nesta tarde vão ser discutidas e votadas na Assembleia Municipal de Lisboa, o derradeiro passo para que se tornem efetivas.

Com a alteração dos estatutos a EMEL passa a ser a entidade que colocará no terreno as decisões da autarquia relativas à mobilidade em Lisboa e isso inclui a construção de parques de estacionamento, carris para a circulação do elétrico e as ciclovias. Trabalhos que no parecer da Comissão de Transportes, Mobilidade e Segurança da AM fica claro que serão encomendados a empresas externas e não ficarão sob a responsabilidade dos departamentos municipais.

No documento é explicado que a câmara entende que para a realização das tarefas que agora lhe vão ser imputadas a empresa tem como "instrumento contratual mais adequado o contrato de prestação de serviços, na modalidade de mandato, em regime de contratação in house" com recurso "ao mercado".

Neste parecer assinado pela deputada municipal Isabel Pires (Bloco de Esquerda) e pelo presidente da 8.ª comissão António Prôa (PPD/PSD) é ainda explicado que a informação prestada pela câmara não é clara no que diz respeito à passagem dos técnicos que agora trabalham na área da rede de semáforos da cidade para a EMEL, mas pode ler-se que "haverá, com certeza, articulação no trabalho a efetuar nessa área".

PCP quer relatórios sobre obras no metro

A reunião de hoje da Assembleia Municipal de Lisboa inclui ainda na área da mobilidade a discussão e votação de uma proposta assinada pelo deputado independente eleito nas listas do PCP, Fernando Correia, em que é pedido que a AM crie com a empresa Metropolitano de Lisboa um "canal de comunicação" para que seja feito "um acompanhamento permanente" das obras do metro em Lisboa.

Além dessa informação permanente sobre as intervenções, o deputado lembra os problemas que têm surgido com as obras da empresa e pede acesso da assembleia ao nome dos empreiteiros, datas de início e fim das obras nas estações de Arroios, Areeiro, Olivais e Colégio Militar.

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