A Junta de Freguesia da Misericórdia deu início na segunda-feira a obras de requalificação na Rua de São Paulo, que implicarão um aumento do passeio, dando assim mais espaço ao tráfego pedonal e à plantação de árvores naquela artéria de Lisboa. A intervenção terá a duração de 90 dias e um custo de 144 mil euros..Esta obra implica a "requalificação do passeio Norte da Rua de São Paulo, entre a Calçada da Bica Grande (edifício com n.º de porta 216) e a Rua do Corpo Santo, na ligação a nascente ao Largo do Corpo Santo, dotando a área a intervir das condições necessárias a um percurso agradável, um espaço de atravessamento destinado a todas as pessoas, independentemente da sua condição física", explica a Junta de Freguesia da Misericórdia. Esta nova área, prossegue a autarquia, terá "um percurso livre de obstáculos, limitando o passeio pelas dimensões necessárias à passagem do elétrico, assegurando um piso liso e antiderrapante em lajetas de betão, ao longo de todo o passeio norte da Rua de São Paulo, desde o espaço com pavimento em lioz existente em frente ao elevador da Bica e o pavimento em calçada de vidraço e granito da Travessa do Cotovelo, que se estenderá pela Rua do Corpo Santo até ao encontro com a Rua de São Paulo"..Onde o passeio é mais largo, será feita a plantação de alinhamento de onze árvores em caldeira, "promovendo a implementação de novos eixos arborizados, conforme previsto no PDM [Plano Diretor Municipal] de Lisboa". "Ao longo do percurso incluído na área de intervenção vão ser criadas três passagens de peões e a reativação de uma passadeira na Travessa do Corpo Santo", descreve ainda a junta, adiantando que "os lugares de estacionamento de bicicletas e motos estão assegurados, embora reconfigurados e com localização próxima à atual".."Esta requalificação já foi pensada há muito tempo, logo na altura em que foi feito o corte dos lugares de estacionamento para o elétrico passar, era a zona de Lisboa em que havia mais paragens do elétrico, porque aquele espaço era muito estreito para o estacionamento e bastava um carro estar mal estacionado, ou ser um carro mais largo, para o elétrico não passar", explica ao DN a presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, Carla Madeira. Esta intervenção foi feita em 2020, sendo que, segundo dados da Câmara de Lisboa, no ano anterior a Carris tinha perdido 94 horas naquela rua, na sua maioria devido a carros mal estacionados..Logo a seguir chegou a pandemia, e o espaço livre deixado pela saída do estacionamento foi ocupado por esplanadas pedidas à Junta de Freguesia pelos estabelecimentos comerciais da Rua de São Paulo, de forma a poderem continuar a trabalhar. "A obra foi pensada logo nessa altura e não avançou, primeiro, por falta de verba. Depois, quando tivemos verba no orçamento para avançar, acabou por atrasar um bocadinho devido às intervenções no subsolo que foi necessário fazer, nomeadamente ao nível da rede de gás", refere a autarca. "O objetivo é tornar aquela zona mais aprazível para quem lá mora e para quem por lá circula a pé"..A intervenção terá um custo de 144 mil euros, é financiada pela Câmara Municipal de Lisboa e executada pela Junta de Freguesia da Misericórdia, ao abrigo de Contrato de Delegação de Competências (CDC). Teve início na segunda-feira e prolongar-se-á por 90 dias.."Dos CDC do mandato passado resultou uma verba de 300 mil euros que não foi possível aplicar noutra obra que tínhamos projetado e que nós propusemos à câmara usar em várias outras melhorias no espaço público. Esta, na Rua de São Paulo, é uma delas", adianta Carla Madeira, referindo ainda que parte deste orçamento foi já usado em intervenções em artérias como as ruas das Gaivotas e Fernandes Tomás..No final de outubro, a propósito da comemoração do 10.º aniversário da Junta de Freguesia da Misericórdia, foi também revelado à população o resultado da requalificação do Chafariz da Rua de O Século, cuja intervenção tinha começado em fevereiro. "Com a devolução deste largo à população, concluímos a recuperação de todos os chafarizes, bicas e largos da Misericórdia, obras que mesmo não sendo da competência da Junta de Freguesia foram compromissos que assumimos e que agora celebramos", disse então a autarca, referindo "a importância de celebrar este aniversário neste largo, que depois de uma primeira reabilitação foi ocupado por estaleiros de obras que o desconfiguraram"..Esta intervenção da Junta incluiu a reabilitação do pavimento do largo e foi também financiada pela Câmara de Lisboa, ao abrigo de um Contrato de Delegação de Competências. Já a restauração do chafariz foi totalmente custeada pela Junta da Misericórdia..ana.meireles@dn.pt