Lisboa já não está no top 100 das cidades mais caras
No ano passado, Portugal ocupava o 86º lugar no estudo da Mercer que inclui 214 cidades em cinco continentes e mede o custo comparativo de cerca de 200 itens em cada cidade, como o alojamento, transporte, alimentação, vestuário, bens de uso doméstico e entretenimento.
Em declarações à Lusa, Tiago Borges, responsável pelo departamento de estudos da Mercer em Portugal, considerou esta descida "significativa" e com "algum peso" no ranking.
"As causas desta descida têm a ver com diversos fatores, mas os mais significativos são os movimentos nas taxas de câmbio, porque este estudo tem como referência a cidade de Nova Iorque e o dólar apreciou-se face ao euro, e a situação económica que Portugal atravessa e os seus reflexos nos custos do alojamento, bens e serviços", afirmou.
Tiago Borges realçou que este estudo anual é concebido para ajudar as multinacionais e governos a determinarem os subsídios de compensação dos seus colaboradores expatriados.
O responsável disse que "em termos globais, Lisboa tornou-se uma cidade mais barata", mas admitiu que "os portugueses podem não notar" que a capital está menos cara.
Sublinhando que esta descida "é um reflexo da situação que Portugal atravessa, o que não pode ser considerado positivo", Tiago Borges afirmou que "o facto de Lisboa ser considerada uma cidade mais barata pode levar organizações e empresas a considerarem-na como uma localização mais atrativa em termos de investimento estrangeiro".
Segundo a Mercer, Tóquio (Japão) é a cidade mais cara do mundo, tendo destronado Luanda (Angola), que se encontra este ano na segunda posição.
Carachi, no Paquistão, é a cidade mais barata do mundo e a capital paquistanesa Islamabad é a segunda mais barata.
A maioria das cidades europeias desceu na classificação, devido sobretudo à instável situação económica na região.
Moscovo (Rússia) permanece a cidade mais cara da Europa e a quarta na classificação geral, enquanto Skopje, na Macedónia, que ocupa o 207.° lugar na tabela é a cidade europeia menos cara para expatriados.
Por seu lado, as cidades australianas e neozelandesas registaram uma tendência crescente no ranking.
No Médio Oriente, Telavive (Israel) mantém-se como a cidade mais cara daquela região do mundo.