O índice do custo de vida da Unidade de Inteligência da The Economist (EIU) coloca Lisboa entre as cidades mais baratas da Europa Ocidental este ano. A capital portuguesa tem um custo de vida inferior ao de Atenas, à semelhança do que aconteceu também em 2022. Mas em 2021, revelam os dados anteriores deste indicador, a capital grega era mais barata do que Lisboa. E em 2020 as duas cidades estavam ao mesmo nível. A EIU divulga este índice duas vezes por ano, e compara mais de 400 preços de mais de 200 produtos e serviços em 173 cidades do mundo. Os dados são recolhidos em março e setembro de cada ano e depois publicados em junho e dezembro. O índice divulgado ontem resultou de informação recolhida entre 14 de agosto e 13 de setembro de 2023..Mais caras do que Lisboa, além de Atenas, e por ordem crescente, aparecem Estocolmo, Roterdão, Luxemburgo, León, Roma, Bruxelas, Manchester, Berlim, Dusseldorf, Barcelona, Estugarda, Amesterdão, Madrid, Edimburgo, Hamburgo, Oslo, Munique, Milão, Reiquiavique, Helsínquia, Dublin, Frankfurt, Londres, Viena, Copenhaga, Paris, Genebra e Zurique..Nova Iorque é a referência no índice de custo de vida (100) e Lisboa fica abaixo dos 60 pontos (Atenas, a curta distância, bate nos 60). A cidade mais cara da Europa Ocidental, entre as que são analisadas, é Zurique, que está acima dos 100, ou seja, está mais cara do que Nova Iorque. Madrid e Barcelona andam em torno dos 75 pontos, Londres nos 83 e Paris nos 91..Zurique lidera o top 10 mundial das cidades mais caras (104), empatada com Singapura (104), seguida de outra cidade suíça, Genebra (100), que iguala o custo de vida em Nova Iorque, cidade que no ano passado ocupava a primeira posição. Segue-se Hong Kong (98), Los Angeles (97), Paris (91), Telavive e Copenhaga (ambas com 89) e em décimo lugar São Francisco, com 86 pontos..Zurique subiu da sexta posição do ano passado para a primeira, voltando a ser a mais cara após três anos de interregno, e Singapura mantém-se como a mais cara pela nona vez em 11 anos. Damasco, capital da Síria, é a cidade mais barata do mundo neste índice da The Economist. Isto, apesar de o "preço do cabaz ter aumentado 321% face ao ano passado em moeda local (entre o levantamento de subsídios governamentais e a desvalorização da moeda, que aumentou os custos de importação)", sublinha a publicação.."A Europa Ocidental dá conta de quatro das dez cidades mais caras da nossa lista. Inflação 'pegajosa' nos alimentos, vestuário e nos cuidados pessoais, a par da apreciação do euro e de outras divisas na região, levou-as a subir nos rankings", diz a The Economist..Em média, os preços subiram 7,4% este ano em relação a 2022, em moeda local, nas principais cidades do mundo, revela a análise. "Isto é ligeiramente inferior à subida dos preços de 8,1% registada no ano passado, à medida que as disrupções nas cadeias de abastecimento aliviaram e as taxas de juro subiram, mas permanece significativamente acima da tendência entre 2017-2021", conclui a EIU..Os analistas consideram que a queda da inflação em 2023 tem sido "modesta". "Em 2024 prevemos que o impacto desfasado da subia das taxas de juro desacelere a atividade económica e, consequentemente, a procura dos consumidores", sublinham. Mas há o risco de a escalada do conflito entre Israel e o Hamas levar a uma nova subida dos preços da energia, e também de o impacto do fenómeno El Niño nos preços dos bens alimentares ser maior do que o previsto, o que terá impacto negativo na inflação, antecipa a The Economist..Mais sobre economia em dinheirovivo.pt