Lisboa desaparece do mapa da Ocean Race
A organização da Ocean Race (antiga Volvo Ocean Race) trocou a paragem de Lisboa por uma paragem no arquipélago de Cabo Verde. A escolha deste novo "stop over" atlântico da maior regata à vela de volta ao mundo foi hoje anunciada. A regata irá começar no final do verão de 2021.
A escolha de Cabo Verde significa que Lisboa - pela primeira vez desde a edição 2011-2012 - ficou de fora do mapa da prova. Cabo Verde ganhou o "slot" porque a regata precisa de um ponto intermédio de paragem entre o ponto de partida (Alicante, Espanha) e o final da travessia do Atlântico (Cidade do Cabo, África do Sul). Lisboa era esse ponto de paragem mas agora vai ser substituída por uma cidade cabo-verdiana (Mindelo, na ilha de S. Vicente).
Aparentemente, as negociações para a continuidade da capital portuguesa falharam por indisponibilidade portuguesa para responder às exigências financeiras dos promotores da competição. Lisboa entrou pela primeira vez na regata na edição 2011-12, como primeira cidade europeia já no regresso ao Atlântico, percorrido portanto quase todo o mundo. Continuou nessa posição na edição seguinte (2014-15) e depois, na regata de 2017-2018, passou a ser o "stop over" no final da primeira etapa, depois da partida de Alicante.
Saindo Lisboa do mapa da regata sai também o estaleiro montado na Doca de Pedrouços. Entre a penúltima edição e a última, foi por esta infraestrutura que passaram todos os barcos concorrentes, para efeitos de revisão geral.
A principal novidade da próxima da Ocean Race será a existência de duas classes de veleiros na frota. Aos VOR 65 - veleiros de 65 pés (quase 20 metros) todos rigorosamente iguais entre si que surgiram pela primeira vez na edição 2014-15 - vai-se somar uma outra categoria, os Imoca 60 (veleiros mais pequenos mas mais rápidos e com tripulações mais pequenas).
Esta nova categoria caracteriza-se pelo facto de os barcos serem bastante parecidos uns com os outros - mas não absolutamente idênticos, como os VOR65. E já muitos têm "foils" - ou seja, patilhões laterais que os elevam da água, diminuindo-lhe o atrito e com isso aumentando-lhe brutalmente a velocidade. A frota global da Ocean Race (sete equipas na última edição) irá portante aumentar bastante, podendo mesmo duplicar.