Lisboa defende que UE deve visar responsáveis
"É muito claro que nós não deixaremos de atingir os interesses daqueles que são claramente responsáveis e isso pode significar sanções individuais ou sanções financeiras ou limitações a vistos e viagens. Assuntos que serão discutidos amanhã [quinta-feira, no conselho extraordinário, em Bruxelas], mas que são evidentemente uma possibilidade", afirmou o secretário de Estado dos Assuntos Europeus.
A UE convocou um Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros extraordinário para quinta-feira, em Bruxelas, e já fez saber através do gabinete da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, que todas as hipóteses devem ser consideradas e que -- perante a escalada da violência -- as sanções contra Kiev não estão postas de parte.
"Duas respostas têm que ser dadas, por um lado, o Presidente [Viktor] Ianukovitch tem de perceber que é o principal responsável pela repressão e pela violência em Kiev e em outras cidades" ucranianas, disse o responsável português.
Iakunovitch "será responsabilizado por isto e não pode ter dúvidas sobre este facto", sublinhou.
Para Bruno Maçães, que afirmou estar "muito preocupado e chocado com a situação", o Presidente "tem de preparar as condições para um Governo mais inclusivo, tem que continuar as discussões com a oposição, a preparar eleições livres e democráticas", provavelmente já no próximo ano.
Sobre os residentes portugueses na Ucrânia, o secretário de Estado declarou que "estão todos em segurança".
"Temos uma comunidade muito pequena em Kiev e Odessa e as informações de ontem [terça-feira] ao fim da noite indicavam que não existia qualquer problema com a nossa comunidade", sublinhou.
Fonte da embaixada de Portugal em Kiev disse anteriormente à Lusa que há "entre 25 a 30 portugueses" a viver na Ucrânia, na sua maioria fora da capital, Kiev.
Pelo menos 25 pessoas morreram, na terça-feira, nos confrontos entre manifestantes e autoridades em Kiev, de acordo com um comunicado do ministério da Saúde ucraniano.
A crise política na Ucrânia começou em finais de novembro, quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a decisão do presidente de suspender a assinatura de um acordo de associação com a UE e de reforçar os laços com a Rússia.