A antiga estação fluvial Sul e Sueste, junto ao terreiro do Paço, em Lisboa, vai transformar-se numa "porta de entrada" para atividades lúdicas no Tejo. O edifício inaugurado em 1931 vai ser recuperado para dar lugar a um "Terminal de Atividade Marítimo-Turística" - ou seja, terá balcões de empresas que operam no setor, bilheteiras, e três pontões de onde partirão as embarcações para passeios no rio. Estão igualmente previstos dois restaurantes e esplanadas. Além da própria estação será requalificada toda a envolvente exterior, entre o Campo das Cebolas e o Cais da Colunas..O projeto de requalificação foi divulgado hoje, na assinatura do protocolo que transfere o imóvel da esfera do Estado para a Câmara Municipal de Lisboa. O projeto, que será desenvolvido pela Associação de Turismo de Lisboa (ATL), implicará um investimento de sete milhões de euros, a cargo desta entidade. De acordo com Vítor Costa, director-geral da ATL, as obras ainda não têm data de início (previsivelmente será ainda este ano), mas já têm data para a finalização - deverão estar terminadas no final do próximo ano..O projeto prevê a recuperação do edifício da estação fluvial - que é, atualmente, Monumento de Interesse Público - com "reposição dos elementos" originais e vai ficar a cargo de Ana Costa, que já desenhou a nova estação Sul e Sueste, que se ergue ao lado do edifício antigo. A arquiteta tem a particularidade de ser neta do projetista da estação fluvial, Cottinelli Telmo..A intervenção vai abranger também o Cais das Colunas, estando neste caso o projeto a cargo de Bruno Soares, o arquiteto que projetou o Terreiro do Paço e o Cais do Sodré..Fernando Medina, presidente da autarquia lisboeta, afirmou na cerimónia de assinatura do protocolo que esta é "a última peça do projeto de requalificação da frente ribeirinha". Atualmente, está em construção o terminal de cruzeiros, em Santa Apolónia, e decorrem obras de requalificação do espaço público no Campo das Cebolas, Ribeira das Naus e Cais do Sodré. "Havia uma nódoa, uma ferida, que era esta estação Sul e Sueste. Este é o início do fim do processo de recuperação integral da frente ribeirinha", referiu o autarca, considerando que com as novas funções o edifício será um ponto central da oferta turística e de lazer de Lisboa, permitindo a ligação fluvial com as docas de Belém e da Expo e com a margem sul do Tejo, traduzindo-se num "virar da cidade" para o rio..Pelo governo, estiveram presentes o ministro das Finanças, Mário Centeno, e o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques. Centeno destacou que o executivo tem vindo a "ceder um conjunto de imóveis à cidade" para que sejam "devolvidos" à população.