Se é um dos mais de 300 mil condutores que costuma vir para Lisboa de carro, prepare-se para um 2019 com mais 20 mil lugares pagos nas ruas da cidade e um reforço da fiscalização desse pagamento e do estacionamento em segunda fila. No ano em que cumpre o 25.º aniversário, a Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) vai continuar a alargar a rede de locais com parquímetros - no início de 2019 vai chegar a Telheiras -, e promete aumentar a fiscalização até às duas da manhã e também o número de Brigadas de Intervenção Rápida em ação. Ou seja, vai haver mais funcionários de moto, cuja função é chegar rapidamente a um sítio onde um veículo está parado em segunda fila, quer este esteja ou não a prejudicar a circulação de autocarros e elétricos..Mas não é só a EMEL que vai reforçar a fiscalização. A Carris também tem previsto no seu Plano de Atividades e Orçamento para 2019 um aumento no combate à fraude, a renovação dos equipamentos de videovigilância existentes na frota e mais parcerias com a Divisão de Segurança em Transportes Públicos da PSP, na tentativa de evitar "agressões aos tripulantes". Neste ponto, os administradores da empresa, que integra o universo da Câmara Municipal de Lisboa desde fevereiro de 2017, esperam vir a "pedir indemnizações aos agressores"..Entre os vários projetos incluídos nos planos de empresas municipais - além destas há também a Gebalis (Gestão do Arrendamento Sociais em Bairros Municipais), a SRU (Sociedade de Reabilitação Urbana) e a EGEAC (Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural) - estão investimentos na requalificação de edifícios, de frotas e até em projetos-piloto, como o condicionamento do acesso automóvel na Praça do Comércio, como já acontece nos bairros de Alfama e Castelo, por exemplo..A Carris também espera colocar no terreno mais carreiras de bairro - autocarros com trajetos que servem determinada zona da cidade de forma a melhorar a mobilidade dos moradores. O objetivo é passar dos atuais dois percursos (Vale Formoso-Bairro Alfinetes e Amendoeiras Metro-Circulação Bela Vista) para os 21 percursos..Visitar o Castelo de S. Jorge e o Padrão dos Descobrimentos também fica mais caro um euro e meio e um euro, respetivamente, a partir de dia 1 de janeiro. Ou seja a partir desta terça-feira..EMEL: mais parques e ciclovias e fiscalização.A empresa que gere a mobilidade em Lisboa tem como grande objetivo o "pleno estacionamento ordenado" - ou seja toda a cidade com parqueamento pago - e espera juntar no próximo ano 20 mil lugares aos 78 mil com que termina 2018..No seu plano de atividades para 2019, a EMEL explica que até 2022 surgirão mais 60 mil lugares pagos aos atualmente existentes. Os motociclistas também vão ter mais lugares para as motos: 800 em 2019 e 2500 até 2022. Tudo isto para terminar o ano com 3450 parquímetros colocados nas ruas da capital..Prosseguindo a tarefa de regular o trânsito na cidade, nomeadamente tentando que a Carris aumente a velocidade média dos autocarros que neste ano terá rondado os 14 quilómetros por hora, a EMEL garante que vai reforçar a fiscalização de moto "principalmente dirigida ao estacionamento em segunda fila". Há ainda a promessa de que os fiscais da empresa vão ser mais rigorosos nas áreas onde o estacionamento é pago até às 2 da manhã, "especialmente nas zonas reservadas a residentes", e nos grandes espetáculos desportivos ou culturais..Em contrapartida, os responsáveis da empresa garantem que vão surgir novos parques dissuasores: Areeiro (Manuel Gouveia), 411 lugares; Feira Popular Sul, 399 lugares. E áreas de parqueamento em Campo de Ourique (Piscinas), 245 lugares; Garagem de Arroios, 75 lugares; Cosme Damião, 286 lugares. Para 2020 fica já prometido que surgirão 1800 lugares na zona da antiga Feira Popular norte e 1500 na área do Trancão..Projetos de alargamento também existem para a rede de ciclovias na cidade. A EMEL garante que deverão surgir mais 40 quilómetros estando a ser "trabalhados projetos para o Areeiro (Praça de Londres e Avenida Manuel da Maia) e Alvalade (ruas Reinaldo Ferreira, João de Deus e Alferes Malheiro; Avenida Marquês de Soveral, rua Eugénio de Castro Rodrigues, rua Afonso Lopes Vieira, rua Alberto de Oliveira, rua Augusto Luís Palmeira, rua Fernando Pessoa)..Durante o ano vai ser colocado um Sistema de Monitorização da Rede Ciclável - contadores ou totens que vão permitir verificar o fluxo na rede - o que, segundo a empresa, possibilitará "identificar padrões, prever tendências, monitorizar projetos e planear investimentos". Isso - a gestão da mobilidade (controlo inteligente do tráfego, análise e gestão) - acaba, aliás, de ser incluído numa das novas atribuições da EMEL..A rede Gira - Bicicletas de Lisboa deverá terminar o ano de 2019 com 300 estações (locais onde as bicicletas são colocadas após a utilização) e três mil veículos. Ou seja, mais 140 zonas e 1410 bicicletas do que atualmente. Quanto a dados de utilização, a empresa diz que no primeiro ano de funcionamento (setembro de 2017) foram vendidos 16 mil passes anuais..Carris: novos autocarros e mais segurança.Na Carris, o plano de atividades para o próximo ano enumera vários projetos, sendo os mais importantes já conhecidos. É o caso do início da renovação da frota de autocarros e de elétricos com a compra de 365 dos primeiros e 30 dos segundos., que serão entregues ao longo do ano..A administração prevê colocar no terreno as linhas de bairro - num total de 21, o que cobrirá todas as freguesias da cidade. São trajetos mais curtos que servem uma determinada zona geográfica e que possibilita uma maior mobilidade dos habitantes dentro do próprio bairro..O serviço do elétrico 24 - que regressou aos carris em abril após 23 anos suspenso - deverá também ser alargado, da atual ligação entre Campolide e a Praça Luís de Camões até ao Cais do Sodré. Também o 15, que agora faz o percurso entre a Praça da Figueira e Algés, deve durante o próximo ano chegar à Estação de Santa Apolónia (num dos extremos da linha) e ao Jamor (no outro)..Entre os objetivos a cumprir estão dois estudos: a hipótese de colocar elétricos rápidos na cidade, incluindo na zona ocidental, e analisar a possibilidade de existirem "tarifários combinados de parques periféricos e a utilização de transportes públicos em Lisboa". Também está a ser equacionada a colocação de máquinas de venda automática de bilhetes..Nos próximos quatro anos a Carris prevê investir 120,96 milhões de euros, sendo 108 milhões para a aquisição de veículos. A expectativa é a de conseguir transportar mais 4,6 milhões de passageiros do que em 2018 - as estimativas apontam para que a frota da empresa tenha sido utilizada este ano por cerca de 120 milhões de passageiros..Uma das preocupações da gestão da Carris está relacionada com a utilização não paga dos transportes. Por isso, é garantido que vai haver uma maior "fiscalização para combater a fraude" ao mesmo tempo que o equipamento de videovigilância instalado nos autocarros e elétricos vai ser renovado. A ideia é que haja mais "parcerias com a PSP - Divisão de Segurança em Transportes Públicos, para combater as agressões aos tripulantes", pode ler-se no documento. Quanto às pessoas que forem identificadas por esses atos, a empresa diz que vai avançar com pedidos de indemnizações..Reabilitação e bairros municipais.Nos planos de atividade para 2019 em outras empresas destaca-se a subida do preço do bilhete para visitar o Castelo de São Jorge (passa para 10 euros, mais 1,5 euros) e o Padrão dos Descobrimentos (seis euros, mais um). No caso do castelo mantêm-se a entrada grátis para residentes em Lisboa..No caso da empresa responsável pela Gestão do Arrendamento Sociais em Bairros Municipais - que é responsável por 66 bairros num total de 23 mil casas, e 3300 prédios dispersos pela cidade -, a promessa para o próximo ano é de começar a investir na recuperação de casas nas freguesias da Ajuda, Marvila, Parque das Nações, Beato, Alvalade, Campo de Ourique, Avenidas Novas. Essa intervenção durará até 2023 e custará 27,5 milhões de euros..Mais importante para quem mora em casas sob responsabilidade desta empresa municipal é um compromisso que está no seu plano de atividades em relação ao tempo de resposta a pedidos dos residentes, fixando-se num "prazo máximo de 30 dias úteis a resposta a pedidos de revisão de renda, transmissão de arrendamento, atualização de agregado e acordos de liquidação de divida (após entrega de todos os documentos solicitados) "..Também deve ser lançado um programa de manutenção/conservação de casas com uma previsão de oito mil empreitadas por ano até 2023..Ainda na área da reabilitação, mas já da responsabilidade da Sociedade de Reabilitação Urbana, Lisboa vai continuar a avançar com os projetos de habitação a renda acessível, Escola Nova e Creches Bê-a-Bá, SNS mais Próximo e outros equipamentos sociais (inclui a construção de unidades de saúde) e Uma Praça em Cada Bairro..Entre as obras previstas estão: a Reabilitação do espaço público e renovação das infraestruturas do Largo do Rio Seco; reabilitação do espaço público e renovação de infraestruturas do Largo da Boa-Hora à Ajuda; reabilitação do espaço público da Estrada de Caselas e Rua Bartolomeu Dias; MUDE - Museu do Design e da Moda; Escola Vítor Palla; Escola Básica do Restelo (Escola n.º 63); Escola Básica Moinhos do Restelo (escola n.º 30) e Biblioteca de Alcântara.