Lídia Jorge e Rosa Montero no Festival Literário de Cascais

Arundhati Roy abre o Festival Internacional de Cultura de Cascais dia 2 de setembro. Nos restantes fins de semana, estarão presentes nomes de destaque da literatura: Lídia Jorge em debate com Rosa Montero, Paul Auster, Henry Marsh, Selva Almada e Sophie Hannah...
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As escritoras Lídia Jorge e Rosa Montero, "duas das mais vibrantes vozes da literatura contemporânea", participam no Festival Internacional de Cultura (FIC), que se realiza nos quatro fins de semana de setembro em Cascais. Estão também confirmados o romancista norte-americano Paul Auster, autor de "A Música do Acaso", o do neurocirurgião britânico Henry Marsh, a escritora Arundhati Roy, a primeira indiana que venceu o Man Booker Prize pela sua novela, "O Deus das Pequenas Coisas", em 1997, e a escritora francesa Maylis de Kerangal, com vários títulos publicados, entre eles,"Naissance d"um Pont", que lhe valeu os prémios Médicies e Franz Hessel, em 2010, Gregor von Rezzori, em 2014, e o do cantor Salvador Sobral, que este ano venceu o Festival da Eurovisão, com a canção "Amar pelos Dois".

Segundo Inês Pedrosa, curadora do painel de encontros e debates do FIC, "Lídia Jorge e Rosa Montero são duas das mais vibrantes vozes da literatura contemporânea, não só pela força e singularidade da escrita de cada uma, mas também pela finíssima inteligência do mundo que atravessa os seus livros". Sob o mote "Destino, Liberdade", acrescenta Inês Pedrosa, as duas escritoras "são fundamentais para a reflexão sobre a época [atual], do ponto de vista das relações humanas, da sociologia e da política".
Lídia Jorge publicou em abril do ano passado o livro de contos "O Amor em Lobito Bay"; a autora estreou-se literariamente em 1980 com "O dia dos prodígios" e tem publicado romances, contos, livros para a infância, teatro e ensaio. A sua obra tem sido distinguida com vários prémios nacionais, na categoria do romance, e internacionais, nomeadamente a primeira edição do Albatros Prize da Fundação Günter Grass, pelo conjunto da sua obra, em 2006. Em 2015, também pelo conjunto da sua obra, recebeu o Prémio Vergílio Ferreira, da Universidade de Évora. Em 2014 recebeu o Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura. Por seu lado, Rosa Montero, natural de Madrid, é colunista do jornal El Pais e recebeu, em 1980, o Prémio Nacional de Jornalismo, em Espanha; é autora de obras como "A Louca da Casa" (2003) que lhe valeu os prémios Grinzane Cavour de Literatura Estrangeira e o Qué Leer para o Melhor Livro Espanhol, distinção que também lhe foi atribuída em 2006, pela "História do Rei Transparente".
No dia 22, às 19:00, a conversa na Casa das Histórias junta a romancista argentina Selva Almada, de quem, no final de agosto, a Dom Quixote editará o romance de não-ficção "Raparigas Mortas", e a escritora de policiais inglesa Sophie Hannah, a quem os herdeiros de Agatha Christie confiaram a missão de dar continuidade à série de Hercule Poirot, tendo assinado, com o detetiva belga como protagonista, "Os Crimes do Monograma". O mote desta conversa é "Verdade, violência".
Para a curadora, o encontro entre Selva Almada e Sophie Hannah "dar-nos-á a conhecer duas escritoras marcantes da nova geração e será uma ocasião para pensarmos na ligação entre verdade e ficção: os crimes reais de que fala o poderoso livro de Selva Almada, denunciando o universo trágico e irresolúvel da violência sobre meninas e mulheres e o universo misterioso e reconfortante de Agatha Christie, atualizado pelos policiais de Sophie Hannah, onde a justiça acaba por vencer".
O FIC realiza-se sob o mote "Camões: ao desconcerto do mundo" e projeta 12 concertos, 11 exposições, ciclos de cinema, artes de rua, gastronomia e aquele que será "o primeiro evento que reúne artesãos, arquitetos e designers nacionais e internacionais", além de uma feira do livro e de um ciclo de debates, anunciou o grupo editorial Leya, coorganizador do certame com a câmara cascalense e a Fundação D. Luís I.
Entre as diferentes atividades já anunciadas, O Teatro Experimental de Cascais (TEC) apresenta em nos dias 28 e 19, nos jardins da Casa Sommer-Arquivo Municipal de Cascais, o "Auto d"El-Rei Seleuco", de Luis de Camões. Na área das artes estão previstas 11 exposições de pintura, fotografia, banda desenhada e de livros de artista.

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