"Liberdade, Liberdade". História de amor e preconceito chega à SIC

Ricardo Pereira e os atores brasileiros Andreia Horta e Gabriel Braga Nunes são três nomes fortes da novela da Globo "Liberdade, Liberdade", que a SIC transmite às 23.30. Eis o que eles têm para contar.
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Uma "história de amor à humanidade". Uma "reafirmação dos valores da justiça, da liberdade, da igualdade". Um "retrato dos preconceitos para com os escravos e os homossexuais". Estas são as peças que compõem Liberdade, Liberdade, a novela da Globo que a SIC transmite, desde segunda-feira, às 23.30, e que recua ao início do século XIX para retratar a presença da coroa portuguesa no Brasil.

"Este é um período que para nós, portugueses, talvez seja muito desconhecido. E é isso que vamos mostrar nesta série: como é que uma sociedade é criada à volta do ouro, onde tudo se troca, tudo se vende, tudo acontece. O sexo é muito mais duro, a morte é muito mais imediata, tudo é mais cru", explicou o ator português Ricardo Pereira, que esta quarta-feira participou numa conferência de imprensa ao lado dos colegas brasileiros Andreia Horta e Gabriel Braga Nunes.

Prepararem-se para este desafio não foi fácil. Para além de "várias palestras e aulas" sobre esse período da história, os atores tiveram que treinar a postura. "Lembro-me que tivemos uma manhã inteira numa mesa enorme só para aprendermos a comer", recorda Ricardo.

Foi ele, aliás, o protagonista de uma das cenas mais mediáticas: uma cena de sexo entre dois homens, Tolentino (a sua personagem) e André (a de Caio Blat). "Essa história de amor tórrido não só foi muitíssimo bem recebida pelo público brasileiro, como louvada. Porque foi tratada com muito respeito, de uma forma muito elegante, muito natural. Não tinha como caber um preconceito ali", frisou Andreia Horta, que dá vida a Joaquina. "Mas eu acho que a novela é mais do que isso", interveio Ricardo Pereira. "Abordou muitos preconceitos. Por exemplo, há uma cena lindíssima da Andreia, em que ela liberta os negros da escravatura".

Gabriel Braga Nunes (Duque de Ega) aproveitou ainda para louvar o trabalho de outra atriz portuguesa que participa na novela: Joana Solnado. "É fantástica. Adorei conhecê-la. E adoro que haja este intercâmbio cultural entre Portugal e o Brasil. Eu próprio também adoraria vir para cá fazer um trabalho e passar uma temporada", assegurou.

A trabalhar com uma fonoaudióloga há cerca de seis anos, para aperfeiçoar o sotaque de português do Brasil, Ricardo Pereira destacou ainda o facto de esta ser a sua primeira novela, nos 13 anos em que trabalha nesse país, na qual fala o nosso português do princípio ao fim. "E acho que já devíamos ter feito isto há mais tempo. Toda a gente se questionava se as pessoas iriam entender e todos entenderam. Isto prova que os ouvidos e a forma como se fala só precisam de ser treinados", sublinhou o ator que, neste momento, está em Lisboa a gravar um filme de Leonel Vieira com a atriz brasileira Paolla Oliveira e que, a 22 deste mês, estreia uma peça no Tivoli ao lado da consagrada Irene Ravache.

Quanto a Andreia Horta, vai brevemente começar a promover um novo filme sobre a vida de Elis Regina, no qual assume essa personagem principal, e em outubro planeia regressar a Portugal para conhecer melhor a cultura, a gastronomia e as suas origens.

Gabriel Braga Nunes, por outro lado, está a começar a preparar o vilão de uma nova novela da Globo, que também se irá passar no século XIX, e que tem estreia prevista para março no Brasil.

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