"Let's Go 2". O mais barato membro da família de portáteis Surface ficou mais apetitoso
Qual é a melhor data para lançar um computador que, sem sombra de dúvidas, é uma máquina pensada para estudantes? Em Portugal, provavelmente logo antes das férias de verão. Parece contraditório, mas pensando bem talvez não seja.
Em primeiro lugar porque temos, mais ou menos por esta altura (pelo menos para quem trabalha para o Estado ou por conta de outrem), algo que praticamente mais ninguém no mundo ocidental sabe o que é: um "subsídio de férias", que nos dá possivelmente uma margem para gastos extraordinários. Em segundo, porque, como qualquer pai ou mãe bem sabe, o ano letivo seguinte começa a preparar-se muito cedo -- e oferecer ao miúdo um computador para as férias que dará já para a escola também pode não ser má ideia.
Não foi, com certeza, este o plano da Microsoft ao escolher esta semana para lançar em pré-venda o Surface Laptop Go 2, a nova geração do modelo de entrada da linha de computadores da empresa de Redmond, Washington -- até porque tratou-se de uma opção internacional. Mas para quem esteja à procura de um portátil leve, para tarefas não muito complicadas, com bateria que promete durar todo o dia (já lá voltamos) e não muito caro (os preços começam nos 679 euros), deve pelo menos colocar este renovado modelo na sua lista de produtos a apreciar.
Se, no aspeto, o novo Laptop Go 2 praticamente não difere em nada da geração anterior, é nos detalhes que o pequeno computador da Microsoft ganha alguns trunfos.
Mantém-se o ecrã tátil de 12,4 polegadas, com proporção de 3:2, bem como o peso ligeiramente superior ao quilograma (concretamente são 1,125kg). Depois vêm as melhorias.
O Go 2 passa a ter câmara de alta definição, disco SSD (128GB, mínimo) e leitor de impressões digitais integrado no botão de power -- que se integra com o Windows Hello para identificar o utilizador.
Esta geração está ainda mais ecológica, o que deve agradar aos atuais jovens mais preocupados com o futuro do planeta. Além do disco, também o teclado, o trackpad, o display e a bateria são agora substituíveis -- por um agente autorizado --, o que permitirá aumentar a vida útil do computador.
A Microsoft promete ainda uma autonomia da bateria para "o dia inteiro" -- mais concretamente 13,5 horas de funcionamento. Isto, em parte, será conseguido pelo facto de a empresa norte-americana ter optado por usar processadores Quad Core Intel i5 de 11.ª geração e não os mais recentes, que são bem "consumistas" em termos energéticos.
A confirmar-se, em uso real, pelo menos 10 horas de autonomia. Esta poderá bem ser uma característica que pode fazer pender a escolha para esta proposta da Microsoft.
As pré-encomendas feitas agora no site oficial da marca têm entrega prevista para 19 de julho, bem a tempo para, provavelmente, se levar o computador novo para as férias, personalizá-lo e deixá-lo pronto para o regresso às aulas.
As portas disponíveis são uma USB-A e uma USB-C. O aparelho já é compatível com Wi-fi 6.
Ou para o trabalho. Apesar de termos estado a dizer que o Laptop Go 2 será uma pequena máquina indicada para estudantes, a versão base. Com 4GB de RAM e 128 de disco é mais do que suficiente para as tarefas do dia a dia, se estas consistirem em consultar e-mails, escrever texto, ver fotos, navegar na internet e fazer streaming de vídeos ou música. Isto por 679 euros.
O modelo acima, por mais 100 euros, duplica a RAM; e por outros 100 euros existe ainda uma versão com disco de 256GB (relembramos que todos os discos são SSD).
O processador Intel Core i5 não será nunca suficiente para processar os mais pesados jogos do mercado, mas é suficientemente competente para a maioria das tarefas. Isto por menos de mil euros... Se as 12,4 polegadas de ecrã não forem pequenas para si...
Agora, podemos perguntar-nos por que razão havemos de comprar um aparelho como este se, do lado da concorrência, se encontra, por exemplo, um Lenovo Chromebook IdeaPad Duet 5 CB 13Q7C6, com processador Qualcomm Snapdragon octacore, 8Gb de RAM e 256GM de disco eMMC.
Este, além de ter um ecrã um pouco maior do que a proposta da Microsoft (13,3 polegadas), até é um 2-em-1, pois o ecrã é destacável e custa, na Worten, 600 euros.
Trata-se de um portátil com o sistema operativo da Google, o Chrome OS (que se aproxima muito do Android), que em países como os Estados Unidos tem ganho fatia de mercado entre os estudantes, precisamente por oferecer soluções por norma mais baratas do que as alternativas Windows.
O maior problema destas soluções? O facto de o sistema ser muito web based -- ou seja, para que tudo funcione em pleno, a máquina deve estar ligada à internet. O que assusta um pouco as pessoas.
Mas isso tem vindo a mudar nas mais recentes gerações do Chrome OS, que na realidade é uma solução híbrida: há serviços que dependem da internet para funcionar, outros funcionam localmente e esperam pela ligação à internet, se não existir no momento, para se sincronizar.
Seja como for, para a maioria dos utilizadores que toda a vida trabalharam com Windows (ou viram os seus pais fazê-lo), o conforto, prática e produtividade conseguidos com este ambiente de trabalho (quase) não têm preço. Ou, no caso do mais económico modelo da linha Surface, têm até um preço... que não arrepia.