Lesbos começa a registar migrantes em dez dias

Atenas promete abrir primeiro 'hotspot' nesta ilha. Líder do ACNUR, António Guterres, em visita de três dias à Grécia.
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A Grécia comprometeu-se ontem a abrir dentro de dez dias em Lesbos o primeiro hotspot - abrigo e centro de registo de imigrantes - avançando ter iniciado discussões com a Turquia para um melhor controlo dos migrantes. "Vamos cumprir os nossos compromissos", que em última análise preveem a criação de cinco hotspots nas ilhas de Lesbos, Kos, Samos, Chios e Leros, as primeiras etapas rumo à costa turca para os migrantes a caminho da Europa, assegurou em conferência de imprensa o ministro grego para a política de migração Iannis Mouzalas.

O número de migrantes a chegar às ilhas gregas subiu de 4500 por dia, em setembro, para 7000. Segundo a Organização Internacional das Migrações (OIM) isso deve-se ao receio de que o tempo piore por parte de todos quantos se atrevem a arriscar a travessia. "Pelo que podemos observar, os números vão estabilizar neste nível enquanto as condições meteorológicas o permitirem. O padrão tem sido, nos últimos dois anos, que quanto mais frio está o tempo menos pessoas querem atravessar", declarou sexta-feira em conferência de imprensa o porta-voz da OIM Joel Millman. Até agora, foram 526 797 os migrantes e refugiados que atravessaram o mar Mediterrâneo rumo à Europa, a maioria através da Grécia e Itália. de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados - o ACNUR - três mil pessoas morreram já este ano ao tentar fazer a travessia (na sexta-feira um bebé de apenas 12 meses foi encontrado morto num bote com migrantes e refugiados que chegaram a Lesbos).

Esta ilha grega esperava ontem a visita do líder do ACNUR, o português António Guterres. O ex-chefe do governo de Portugal, que até segunda-feira estará de visita à Grécia e deverá reunir-se com o primeiro-ministro Alexis Tsipras, visitando centros de acolhimento de migrantes e refugiados em Lesbos. Na sexta-feira deixara já um alerta: "Esta é uma situação caótica que é terrível para os países, que cria tensões entre os países e ao mesmo tempo é horrível para estas pessoas. Com o clima que existe atualmente nos Balcãs pode acontecer uma tragédia a qualquer momento. Não há uma resposta fácil para isto, a menos que exista um mecanismo para controlar as coisas desde o primeiro momento".

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