"Quer a Polónia quer a Hungria são alvo de processos, foi a Presidência Portuguesa da União Europeia que pôs de novo em marcha esse processo", disse António Costa, na SIC Notícias, sobre a carta endereçada por membros da União Europeia a propósito da lei húngara anti-LGBTQ+."A posição de Portugal é absolutamente clara e nada neutral", diz António Costa. "Outra coisa é o papel da presidência de promover o consenso e não tomar partido", acrescenta o primeiro-ministro..O esclarecimento do primeiro-ministro surge depois de o país ter dito que assumira uma posição de neutralidade face à promulgação de uma lei que proíbe a representação de homossexualidade e transexualidade junto de menores de 18 anos na Hungria..Numa declaração conjunta divulgada esta quinta-feira, os líderes de 16 países europeus pediram que os "direitos fundamentais" da comunidade LGBT sejam respeitados, após a adoção da lei anti-LGBTI+ na Hungria.."Devemos continuar lutando contra a discriminação para com a comunidade LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgênero e Intersexuais), reafirmando nossa defesa dos direitos fundamentais. Respeito e tolerância estão no centro do projeto europeu", afirmaram os líderes, horas antes do início de uma cúpula europeia em Bruxelas..A declaração não menciona a Hungria explicitamente, mas se refere "às ameaças aos direitos fundamentais e, em particular, ao princípio de não discriminação com base na orientação sexual"..A adoção de uma nova normativa legal na Hungria, proibindo a "promoção" da homossexualidade para menores, causou um verdadeiro escândalo na UE, após reiteradas denúncias de assédio à comunidade LGTB neste país..A polémica cresceu quando a UEFA, que organiza o Euro2020, rejeitou um pedido para iluminar um estádio em Munique com as cores do arco-íris, antes de uma partida de futebol entre Alemanha e Hungria..Perante a recusa, a câmara de Munique decorou os prédios públicos com as cores do arco-íris -símbolo da comunidade LGTB - num gesto que foi seguido em várias capitais europeias na noite de quarta-feira e por várias marcas - BMW, Santander, entre outras ossociaram-se a este movimento..A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse ontem que a nova legislação húngara é "uma vergonha"..Esta quinta e sexta-feira, em Bruxelas, os líderes europeus terão uma cúpula com uma intensa agenda concentrada em temas de relações exteriores, como a coordenação do combate à pandemia do novo coronavírus e a imigração, devendo incluir ainda a controvérsia com a Hungria, que surge como mais um assunto urgente a ser debatido.