Lei do ruído leva bombeiros a substituir sirenes por SMS
Novo sistema deixa de causar ansiedade nas populações
A lei do ruído está a obrigar as corporações de bombeiros voluntários a silenciar as sirenes usadas para chamar pessoal para as diversas ocorrências e a substituí-las por novos sistemas de alerta, como as mensagens escritas de telemóvel (SMS).
O caso mais recente é o dos Bombeiros Voluntários da Guarda. A velha sirene, anos a fio instalada no topo da Torre dos Ferreiros, está agora reservada "a situações graves e em que seja necessário alertar a população", como explicou ao DN Luís Santos, comandante dos bombeiros da Guarda. O responsável justifica a medida com "as limitações impostas pela nova lei do ruído que limita os decibéis permitidos dentro das cidades e que nos obrigou a passar a usar um sistema de envio de SMS para os telemóveis."
Os SMS acabam por ter outras vantagens. Permitem "efectuar uma chamada concreta e, por exemplo, mobilizar especialistas em salvamento para um fogo urbano ou socorristas para um acidente", especifica Paulo Sequeira, adjunto do comandante e responsável pela introdução do novo sistema de alerta.
No entanto, a sirene não servia só para chamar os voluntários. "Também informava as pessoas da cidade sobre as situações em que os bombeiros intervinham e permitia-lhes saber se a situação era grave ou não", adianta o comandante. Para manter "operacional o equipamento" mas também para manter viva uma tradição inculcada nos habitantes da Guarda, "a sirene ainda toca todos os domingos ao final da manhã", acrescenta Luís Santos.
Ao contrário de outras corporações que se adaptaram com sistemas fornecidos pelos operadores das redes móveis, os bombeiros da Guarda desenvolveram um sistema em parceria com uma empresa local de novas tecnologias, o qual, "mediante um software específico, envia o SMS de forma bastante rápida, segura e com garantia de entrega", refere Paulo Sequeira.
Também os bombeiros da Cruz Branca, em Vila Real, dispõem de um sistema de mensagens de telemóveis. Recentemente, no caso do bombeiro de Cinfães que esteve desaparecido no rio Douro, "apenas lançámos um alerta específico para o grupo de mergulhadores", contou ao DN Álvaro Ribeiro, comandante da corporação.
O responsável destaca ainda outra função do novo sistema: "Em frente ao quartel existe um lar da terceira idade e algumas pessoas mais susceptíveis ficavam ansiosas, sobretudo no Verão quando a frequência de alertas é maior, ao ouvir o toque das sirenes."