Lee era Singapura e levou-a do terceiro para o primeiro mundo
"Não tenho arrependimentos. Passei a minha vida, grande parte dela, a construir este país. Não há mais nada que precise de fazer." O homem que esteve por detrás da transição de Singapura "do terceiro mundo para o primeiro" (o nome que deu ao livro sobre a Cidade-Estado asiática) morreu no domingo à noite, aos 91 anos. Lee Kuan Yew, que foi primeiro-ministro durante mais de três décadas, será lembrado por ter tornado Singapura um importante centro financeiro, mas também pela mão de ferro contra a oposição e a liberdade de imprensa.
Lee morreu no Hospital Geral de Singapura, onde estava internado há semanas devido a uma pneumonia. O governo, liderado pelo seu filho mais velho, Lee Hsien Loong, decretou sete dias de luto, ficando o corpo em câmara-ardente entre amanhã e sábado. O funeral de Estado será no domingo. "Ele inspirou-nos, deu-nos coragem, manteve-nos unidos e trouxe-nos até aqui. Lutou pela nossa independência, construiu uma nação onde não havia nenhuma e tornou-nos orgulhosos de ser singapurenses. Não conheceremos outro homem como ele. Para muitos, Lee Kuan Yew era Singapura", disse, emocionado, o filho, numa declaração televisiva.