Lear vai encerrar fábrica em Palmela

Administração da multinacional justificou ontem a decisão aos trabalhadores com o elevado custo da mão-de-obra
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A administração da Lear Corporation revelou ontem aos trabalhadores que não é viável prosseguir com a produção na fábrica de Palmela, devido ao elevado custo da mão-de-obra, pelo que mantém a intenção de encerrar a unidade no início de 2010, deixando no desemprego 260 pessoas.

Foi este o resultado da reunião de três horas que sentou à mesma mesa a comissão de trabalhadores, estruturas sindicais e administração, mas os operários começam já a admitir que a intenção da empresa passe por deslocalizar a produção de acessórios para automóveis para outros países, sobretudo Marrocos, onde a Lear já tem representação.

Decepcionados com o encontro, os trabalhadores continuam a garantir a sustentabilidade da fábrica, enquanto a autarquia de Palmela recordou os benefícios financeiros concedidos à empresa para se instalar no concelho. A Lear continua sem fazer comentários.

Segundo Américo Flor, do Sindicato dos Metalúrgicos, "a empresa considera que não é viável manter a actividade só com os produtos que está a produzir", mas nós vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para manter a empresa e os postos de trabalho", garante o sindicalista, citado pela Lusa.

O dirigente sindical lembrou também que a fábrica produz em Palmela capas para os bancos do Volkswagen EOS, da Autoeuropa, e que deverá haver um aumento da produção daquele veículo "a partir de Janeiro de 2010, pelo menos durante os primeiros seis meses". Na eventualidade de ainda existirem trabalhadores excedentários, "sugerimos à administração da Lear que recorresse ao Plano de Apoio ao Sector Automóvel (PASA)", acrescentou.

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