"Larga o telemóvel e vai ler um livro!"
Reconhece-se nesta frase? É possível que sim. Queremos que os miúdos usem menos as tecnologias e se dediquem mais aos livros, mas nem sempre este é um processo fácil.
As tecnologias são muito apelativas e envolvem diversas vantagens, isso não podemos negar. No entanto, devem ser utilizadas com conta, peso e medida, equilibrando o seu uso com atividades offline, especialmente ao ar livre e em contacto com a natureza.
Também a leitura é um (excelente) hábito que parece estar cada vez mais em desuso entre os jovens. Leem-se (a custo) os livros de leitura obrigatória na escola e, para muitos deles, a leitura acaba aí. Nos dias de hoje, ver uma criança ou jovem a ler na praia, na paragem do autocarro ou em qualquer outro lugar é raro. Raríssimo.
Estamos todos de acordo que é urgente promover os hábitos de leitura nos mais novos. A questão é, como?
Em primeiro lugar, é urgente dar o exemplo, pois as crianças e jovens aprendem pelo que ouvem, é certo, mas muito mais pelo que observam. Como pais ou adultos de referência, não podemos esquecer que somos também modelos que tendem a ser imitados. Será que lemos o suficiente? Acumulamos livros na mesa-de-cabeceira que tardamos em ler? Passamos mais tempo a olhar para um ecrã do que para as páginas de um livro?
CitaçãocitacaoÉ urgente dar o exemplo, pois as crianças e jovens aprendem pelo que ouvem, é certo, mas muito mais pelo que observam. Como pais ou adultos de referência, não podemos esquecer que somos também modelos que tendem a ser imitados. Será que lemos o suficiente?esquerda
Em segundo lugar, e para incentivar a criança ou jovem a ler um livro, é importante mostrar algum envolvimento. Com os mais novos podemos, por exemplo, ler as páginas à vez, "agora leio eu, agora lês tu", criando uma dinâmica lúdica que se traduz num tempo de interação especial, fortalecendo os laços afetivos.
Quando a criança ou jovem é já mais autónomo no processo de leitura. podemos pedir-lhe que partilhe a história connosco e resuma aquilo que é mais importante. É uma forma de nos mantermos a par daquilo que leem, de mostrar interesse e, ainda, de os ajudar a distinguir o essencial do acessório e a fazer resumos.
As feiras do livro estão aí e são uma boa oportunidade para pegar nas crianças e nos jovens e levá-los a descobrir este universo. Com os telemóveis no bolso, preferencialmente sem som, vamos ajudá-los a descobrir a magia dos livros... a ler as palavras e a observar as ilustrações e, também, a sentir a textura e o cheiro que os distinguem.
"Larga o telemóvel e vamos ler um livro" talvez seja, afinal, a frase mais acertada.
Psicóloga clínica e forense, terapeuta familiar e de casal