Lara Gut, a Sharapova do esqui suíço que adora rir e dormir
Medalha de bronze na Taça do Mundo lançou-a para a fama
Para uma jovem que "adora rir" é natural que a comparação à musa do ténis, Maria Sharapova, ainda provoque algumas gargalhadas. "Sharapova do esqui? Não, não. Eu só quero esquiar e progredir. É esse o meu objectivo desde os 12 anos. Por enquanto, o mediatismo ainda não me afecta. Sou a mesma rapariga de antes", explica a jovem promessa do esqui alpino suíço, Lara Gut.
A imagem da bela e talentosa Gut, de apenas 17 anos, chama agora a atenção dos patrocinadores. Mas os olhos azuis e os longos cabelos loiros de uma rapariga que mede apenas 1,60 metros identificam-na mais com o estilo de uma bela camponesa dos Alpes do que com a versão femme fatale deSharapova. Natural de Comano, Suíça, Lara Gut é uma poliglota (fala francês, alemão, italiano, espanhol e inglês) que gosta de dormir e de andar de livraria em livraria à procura de livros antigos.
Por enquanto, a fama ainda não lhe tira o sono, mas a sua participação na Taça do Mundo em Fevereiro tornou-a conhecida do mundo. Deu um verdadeiro show nas montanhas de St. Moritz e terminou a prova de downhill no surpreendente 3.º lugar. A popularidade subiu em flecha: um dos vídeos mais vistos na Suíça este ano é o da queda brutal de Gut a chegar à meta.
Conseguiu resultados com uma equipa autofinanciada (a exemplo da lenda americana Bode Miller) e agora chama a atenção das grandes marcas mundiais e da Federação Suíça, que se vê obrigada a aceitar um plano especial para Gut. Vai receber apoios financeiros da Ski Swiss Team, mas trabalhará à parte da equipa helvética e vai continuar a ser treinada pelo pai, Pauli Gut, que conta agora com a preciosa ajuda do conceituado Mauro Pini (ex-treinador da espanhola María José Rienda). A inteligência e a capacidade de liderança voltam a fazer sonhar a Suíça com medalhas na próxima Taça do Mundo. "A neve é o meu ambiente, nasci com os esquis", explica.
Começou a dar nas vistas com apenas 15 anos (2005) e confirmou o potencial no Mundial Juvenil, em 2007, conquistando a medalha de prata nas descidas.
No mesmo ano sagrou-se campeã suíça em Super-G, a segunda mais jovem campeã de todos os tempos a conseguir tal façanha. Em 2008 chegou a consagração: venceu quatro corridas consecutivas da Taça Europa antes de brilhar na Taça do Mundo.
"Depois de uma competição, se o resultado não me satisfaz, gosto de ter um tempo só para mim, para reflectir e recuperar o sorriso. Se tudo correr bem, que a festa comece...", refere a esquiadora.