Lady Gaga critica prostituição ligada ao mundo do poder

A prostituição ligada ao mundo do poder é abordada na canção "Government Hooker" (Prostituta do Governo), um dos temas do último disco da cantora norte-americana Lady Gaga, "Born this Way", que chega ao mercado na segunda-feira.
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Numa entrevista realizada em Cannes, França, e publicada na edição de hoje do diário italiano La Reppublica, a cantora falou sobre o propósito daquele tema e que para muitos italianos remete para os escândalos das festas privadas do primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, segundo noticia a agência Efe.

"Muitos italianos que conheço encontraram analogias entre as polémicas que envolveram o vosso primeiro-ministro e a canção. Mas não é segredo que o "bunga, bunga" (as práticas das festas de Berlusconi) sempre se realizaram na esfera do poder", afirmou Lady Gaga.

"O que pretendi foi analisar a questão do ponto de vista das mulheres e da capacidade que elas têm de obter algum poder através dos homens que lhes pagam. E também me intriga que uma prostituta possa tornar-se numa confidente de políticos que com elas partilham segredos de Estado", observou.

"Por detrás de um homem há sempre uma grande mulher... ou talvez uma grande p...", acrescentou.

A cantora falou também de outro dos temas incluídos no novo álbum, "Judas", e sobre a polémica em torno do conteúdo religioso do videoclipe.

"Creio que contraria a figura de Judas, que provoca medo nos cristãos. Ninguém disse que só os sacerdotes ou as freiras têm direito a expressar opiniões sobre os Evangelhos. O artista tem pleno direito de usar simbolismos religiosos para transmitir uma mensagem", sustentou.

"O meu vídeo fala do perdão, tal como Jesus perdoou a Judas ainda que soubesse que este o trairia e estranho que a igreja se tenha ofendido com este conceito", observou a cantora.

Referiu ainda que o dinheiro que tem ganho não o usou para comprar uma casa ou um carro para si - ainda que tenha adquirido um de gama alta para os pais --, tendo optando por aplicá-lo em benefício da carreira investindo nos espectáculos.

"Há pouco tempo chorei como uma louca quando actuei no México e vi um mar de gente à minha frente. Todo o que queria da vida, e para o qual muito trabalhei e suei, em lugares pequenos e em solidão, estava ali diante de mim", disse.

"É para isso que serve o dinheiro: para manter longe os tubarões, para alimentar certezas e acalentar sonhos", concluiu.

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