O proprietário da discoteca Klube e do restaurante Kasablanca, em Vilamoura, no Algarve, encerrados quarta-feira pela Autoridade da Segurança Alimentar e Económica ( ASAE ), interpôs ontem uma providência cautelar para suspender esta medida. Os inspectores encerraram os dois espaços por terem detectado "uma gritante falta de higiene e asseio", além de dúvidas no licenciamento, explicou à Lusa Manuel Lage, porta voz da ASAE , adiantando que a entidade está "perfeitamente tranquila" com o facto de o proprietário ter recorrido à Justiça..Em comunicado divulgado ontem, o Grupo K, proprietário dos dois estabelecimentos (que têm registado grandes enchentes no Verão algarvio), anunciou ter entregue no Tribunal Administrativo de Loulé uma providência cautelar que visa suspender esta decisão. O Grupo K considera que a acção da autoridade está "pejada de estranhas situações e anormalidades", descrevendo que "antes da dita vistoria, o despacho que ordenava o encerramento dos estabelecimentos já se encontrava lavrado, assinado e com o selo branco".."Foi no mínimo curioso ouvir o comentário de alguns inspectores que a baixa voz referiram, no início da 'visita', que 'a decisão está tomada e vamos lá fazer o nosso trabalho'", adianta o comunicado, assinado pelo administrador do Grupo K Paulo Dâmaso de Andrade. Na opinião do proprietário, "tudo indica que a referida vistoria visava apenas 'desenterrar' pseudo-anomalias que consubstanciassem a decisão que há muito havia sido fabricada"..O Grupo K acrescenta que "o relatório da vistoria enunciando as alegadas anomalias, prometido para as 10.00 de ontem, nunca chegou, apesar de várias insistências"..Manuel Laje, por seu turno, esclareceu que o proprietário dos estabelecimentos tem conhecimento de todas as anomalias detectadas, que ficaram descritas "na notificação entregue no final da operação".