Júpiter foi de novo atingido por asteróides
Quando a NASA tinha acabado de perceber, com a ajuda do telescópio Hubble, a natureza do objecto que atingiu Júpiter no ano passado, o planeta foi novamente atingido. As imagens do impacto de dia 3 deste mês foram captadas por astrónomos amadores na Austrália e nas Filipinas, e estão a surpreender os cientistas.
O motivo é simples: até ao ano passado pensava-se que estes choque seriam relativamente raros. E depois de registarem a colisão do cometa P/Shoemaker-Levy 9 com o gigante gasoso, em 1994, os astrónomos pensavam que não assistiriam a outra durante centenas de anos. Por isso é que a imagem de um pedaço de rocha com um diâmetro de 500 metros a embater contra o planeta, em Julho de 2009 foi uma surpresa. Mais admirados ficaram esta semana, com o novo impacto.
"Os dados - confirmados por dois respeitados astrónomos animadores - parecem robustos, e o flash tem as características de um impacto joviano", admitiu Heidi Hammel, do Instituto de Ciências Espaciais do Colorado, à National Geographic.
Este impacto aconteceu no mesmo dia em que a equipa da astrónoma divulgou novas imagens e uma análise da colisão de Julho de 2009. E a conclusão é que o planeta foi atingido por um asteróide. Havia dúvidas sobre se teria sido um cometa, mas as imagens captadas pelo Hubble dizem que terá sido um asteróide tresmalhado, provavelmente vindo da Cintura de Asteróides. Isto porque não mostram nenhum halo à volta do local da colisão, como em 1994.
O impacto causou uma explosão equivalente à detonação de várias bombas nucleares e a cicatriz que deixou na superfície do planeta, perto do seu polo sul, é do tamanho do oceano Pacífico.
As imagens dão pistas sobre o que poderá acontecer se um objecto parecido chocar contra a Terra. "Seria uma catástrofe", diz Agustin Sanchez-Lavega, da Universidade de Bilbau, em Espanha, citado pela BBC. "O impacto em Júpiter causou uma grande destruição ao longo de 5000 quilómetros - metade do tamanho da Terra. Mesmo que a resposta da atmosfera da Terra seja diferente, continentes inteiros podem ser destruídos", conclui.