Jovens são suspeitos da prática de roubos .A Polícia Judiciária (PJ) voltou ontem de manhã ao Bairro da Giesta, em Valbom, Gondomar, numa operação de combate ao banditismo. Dois jovens, suspeitos da prática de vários roubos, foram detidos. Ambos estão referenciados como fazendo parte do "gangue da Giesta", estando um deles implicado na "guerra" pelo controlo da segurança nos estabelecimentos de diversão nocturna, que, em seis meses, provocou quatro mortos..A investigação arrastava-se há já vários meses e os dois irmãos e um tio, também detido, estavam indiciados pela prática de vários roubos a estabelecimentos comerciais na zona do Grande Porto. Nas duas buscas, realizadas ontem de manhã, a PJ apreendeu diverso material electrónico, nomeadamente telemóveis, e ouro. Daniel, com cerca de 20 anos, e o seu irmão Filipe, ainda menor de idade, foram apanhados em casa e levados com o tio, de cerca de 40 anos, para as instalações da PJ, onde pernoitaram, e serão presentes hoje de manhã no Tribunal de Instrução Criminal do Porto (TIC).."Era inevitável que isto viesse a acontecer. Eles só fazem asneiras. Não há sossego, metem-se em confrontos com outros grupos que depois vêm para aqui aos tiros", afirmou ao DN uma moradora que, da porta do café, esperava o resultado das buscas no interior de uma habitação de um dos blocos do bairro social. Os dois jovens viviam com a mãe e eram desde há muito conhecidos pelos vizinhos por se dedicarem a práticas ilícitas. "Foram criados nesse ambiente. Já o pai chegou a envolver-se em problemas e esteve algumas vezes preso", salientou uma jovem moradora no mesmo bloco da família "Covilhas", nome por que são conhecidos. "O pai foi desde sempre ídolo dos filhos que em tudo o imitavam, desde a pose à forma de distribuir ameaças", acrescenta a rapariga que recusa identificar-se com medo de represálias..Embora muitos salientem que os piores são os de fora do bairro que para ali se deslocam para provocar os distúrbios, a verdade é que todos relembram cenas de pancadaria e tiros nos cafés das redondezas onde os dois detidos, assim como outros rapazes do bairro, espalham o terror. São ainda conhecidos por organizarem lutas de cães. "São do piorio", explica uma idosa. São suspeitos ainda de pertencerem ao designado "gangue da Giesta", constituído por jovens que fazem igualmente segurança à noite em bares e discotecas do Porto. A rivalidade e troca de tiros com outros grupos de Rio Tinto e de Gondomar já foram assinaladas pelas autoridades, que os referencia ainda com os incidentes dos últimos meses da noite portuense..Recorde-se que a onda de violência teve origem exactamente com uma agressão de Nuno Gaiato, abatido a tiro em Julho do ano passado na danceteria El Sonero, a um jovem do Bairro da Giesta, no interior da discoteca Kizomba. Nesta desavença com Gaiato e Mauro Santos, detido na "Operação Noite Branca", intervieram, a favor dos grupo da Giesta, Aurélio Palha e Alberto Ferreira (Berto Maluco), empresário da noite e o seu segurança na discoteca Chic, assassinados em Agosto e em Dezembro, respectivamente. Recentemente, a mulher de Bruno Pinto (Pidá) acusou a PJ de incriminar o marido, utilizando os rapazes de Valbom para ligar Pidá ao Mercedes preto usado na noite da morte de Palha.