Jovens tailandeses entram em retiro budista
Onze dos 12 adolescentes tailandeses que foram resgatados da gruta inundada deram os primeiros passos para serem ordenados como noviços budistas numa cerimónia tradicional.
O momento marcou o início de um processo em que os jovens vão viver durante nove dias num templo budista, a partir de quarta-feira. É o cumprimento de uma promessa feita pelas suas famílias em agradecimento ao salvamento e em memória de um mergulhador que morreu.
Os 11 rapazes serão ordenados noviços e o treinador Ekapol Chanthawong será ordenado monge. Muitos tailandeses são ordenados monges budistas quando chegam à maioridade. O budismo é seguido por mais de 90% da população tailandesa.
Um dos rapazes, Adul Sam-on, de 14 anos, é cristão e não será ordenado.
Vestidos de branco, os rapazes procederam a uma oração e acenderam velas num templo no distrito de Mae Sai, em Chiang Rai.
Antes da cerimónia de quarta-feira o grupo irá ser submetido ao corte de cabelo.
O governo tailandês mostrou entretanto a sua preocupação no que respeita à forma como as empresas de comunicação e de filmes possam aproveitar-se dos jovens.
O ministro da Cultura, Vira Rojpochanarat, anunciou que vai propor no próximo conselho de ministros a criação de uma comissão que supervisione a produção de filmes, documentários e vídeos relacionados com o resgate.
Cinco empresas estrangeiras de produção de filmes mostraram interesse em fazer um filme ou um documentário sobre o tema, adiantou Vira. E uma empresa tailandesa também está a desenvolver um filme.
Os 12 rapazes da equipa de futebol, com idades entre 11 e 16 anos, tiveram alta hospitalar na semana passada, na sequência do resgate bem-sucedido que apaixonou o mundo.
O salvamento envolveu mergulhadores e voluntários de todo o mundo e terminou no dia 10, quando o último grupo foi trazido de dentro da gruta Tham Luang, no norte da Tailândia, em Chiang Rai.
Os meninos e o seu treinador de 25 anos, Ekapol Chanthawong, foram explorar as grutas no dia 23 de junho, onde ficaram presos devido às cheias causadas pelas chuvas de monções. O grupo sobreviveu só com água que escorria das rochas durante nove dias até serem descobertos por mergulhadores.