José Ribeiro e Castro admitiu ontem estar a reflectir sobre uma eventual candidatura à liderança do CDS/PP. O eurodeputado, autor de uma moção ao congresso dos populares, afirmou não ter essa ambição, mas acrescentou também que saberá responder "às necessidades e sentido do dever".. Falando em Aveiro, na apresentação do documento estratégico que levará ao conclave - marcado para 23 e 24 de Abril, em Lisboa -, Ribeiro e Castro sublinhou que o seu objectivo é o de "apresentação de uma moção e não de uma candidatura". "E ainda que passasse a reflectir sobre a matéria é indispensável ouvir o que o partido pensa", referiu..Sobre a liderança do CDS/PP que, a duas semanas do XX congresso, não conta ainda com qualquer candidatura de nomes de peso no partido, o eurodeputado defendeu que há "várias pessoas com condições para serem bons presidentes". "Podem ser soluções. No que me toca, não é isso que me motiva, mas saberei responder às necessidades e sentido do dever, falando quando for altura e se for altura", afirmou o dirigente centrista. Que sublinhou também não estar "em corrida com Telmo Correia ou com outro qualquer" e "não ser o plano B de ninguém".. Ribeiro e Castro fez questão de realçar que a escolha de novo líder não é "a escolha de um motorista para seguir viagem descansado" - até porque o CDS/PP tem de "recomeçar" para o longo ciclo político até 2009. "É uma viagem longa que exige a participação de toda a gente", advertiu. Para o proponente da moção "2009" a questão da liderança é um problema "que tem prazo marcado" e não é grave o momento de indefinição "seria pior se a estabilidade política estivesse dependente disso, mas as pessoas sentem que têm tempo para reflectir". .A falta de candidatos à presidência do CDS começa, no entanto, a suscitar uma preocupação notória no partido. Uma inquietação que se prende, sobretudo, com a indefinição quanto a uma candidatura de Telmo Correia. A duas semanas do congresso, vários dirigentes populares apontam esta semana como "decisiva" - ou seja, esperam a palavra final do ex-ministro do Turismo, que a maioria do partido acredita ainda ser um "si m". Caso contrário, Ribeiro e Castro deverá mesmo avançar..Moção. No documento que levará ao congresso, Ribeiro e Castro recusa que o CDS precise de uma refundação, defendendo antes um "recomeço". Num texto marcadamente doutrinário, o eurodeputado afirma o partido como "democrata-cristão, claramente personalista na sua afirmação matricial e na sua ambição e vocação maioritárias"..Sublinhando que os populares devem começar a olhar, desde já, para 2009 - data das próximas eleições legislativas -, a moção coloca como objectivo o regresso do partido ao Governo. Até lá, o dirigente centrista defende que a "absoluta prioridade" deve ir para a reorganização e fortalecimento interno do CDS.. *Com Lusa