José Mendes: "Temos de encontrar um equilíbrio entre a atividade humana e os limites do planeta"

A Fundação Mestre Casais nasce esta segunda-feira com o deputado socialista como diretor executivo e propõe-se "estudar, comunicar e debater a sustentabilidade", procurando responder a temas urgentes para todos nós: "A humanidade enfrenta nas próximas décadas o desafio de sobreviver."
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Qual foi o propósito para a criação desta fundação?

Sabemos que a humanidade enfrenta nas próximas décadas um desafio que é de sobrevivência. Temos de encontrar um equilíbrio que perdure no tempo entre a atividade humana e os limites do planeta. Falamos de sustentabilidade nas suas dimensões humana, social, ambiental, climática e económica. A fundação pretende justamente estudar, debater e comunicar o tema da sustentabilidade. É nossa convicção que Portugal pode ter um papel de referência na resposta a este desafio e queremos ser uma parte muito ativa nisso.

Como está organizada?

A fundação dispõe já de uma equipa residente que eu próprio lidero e que vai articular com entidades externas, através de parcerias estratégicas. Podem ser universidades, centros de conhecimento, entidades públicas, órgãos de comunicação social ou organizações internacionais. Tipicamente, as atividades assumem a forma de estudos, bolsas, prémios, conferências e debates nas diferentes dimensões da sustentabilidade.

E onde ficará sediada?

O âmbito de ação da fundação é nacional, sem prejuízo de intervenções além-fronteiras. O Grupo Casais, que é a entidade instituidora e nasceu em Braga, decidiu que a sede da fundação será numa herdade junto a esta cidade, adquirida para o efeito, designada Quinta do Souto, que vai ser adaptada para albergar a sede.

Nesta segunda-feira terão a conferência inaugural, na qual participa o Presidente da República. O que podemos esperar?

Na conferência inaugural desta segunda-feira apresentaremos a motivação, o propósito e os planos da fundação, contando com uma intervenção da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e com uma mensagem de apoio do Presidente da República, que terá de ser por vídeo devido à sua agenda. Um ponto alto, que reflete bem o espírito que subjaz à fundação, é a mesa-redonda em torno da nossa visão multidimensional da sustentabilidade em que participam Francisco Assis, presidente do Conselho Económico e Social [CES], Isabel Furtado, da COTEC, Sofia Tenreiro, da Galp, João Meneses, do BCSD e António Carlos Rodrigues, do Grupo Casais.

Que objetivos tem a fundação para 2021-2023?

O plano estratégico para o triénio 2021-2023 está fechado e inclui, para além do objetivo de instalação e consolidação, o lançamento do Programa de Estudos, Prémios, Publicações, Conferências e Debates. Para reforçar a abrangência nacional, a fundação irá percorrer o país com os "Trílogos para a Sustentabilidade" - que se materializam em jantares-debates.

Quer criar prémios de investigação jornalística. De que ordem?

Assim é. Entendemos que o desafio da sustentabilidade nos convoca a todos para uma alteração de comportamentos na forma como produzimos e consumimos. E para chegar a todos, o papel dos media noticiosos é crítico, pelo que a fundação e o CEiiA irão promover os Prémios de Jornalismo para a Sustentabilidade, a atribuir em quatro categorias: TV, imprensa, rádio e online. Serão quatro prémios anuais de cinco mil euros cada um, a começar já em 2021.

E prémios em sustentabilidade?

Não estão previstos outros prémios.

Que tipo de ligação estabeleceu a fundação com o CEiiA?

Para já, promoveremos conjuntamente os prémios de jornalismo, mas estou certo de que outras parcerias acontecerão.

Tem em projeto um parque temático pela descarbonização. Como se materializará e onde?

Sim, estamos a planear para o final de 2022 o laboratório temático Microcidade Sustentável, para demonstração de tecnologias e soluções urbanas de mitigação e adaptação às alterações climáticas, que irá nascer na Quinta do Souto, em Tibães, Braga, junto à sede. Será uma microcidade que terá programas de visita e formação dirigidos sobretudo aos jovens, que são os agentes da mudança.

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