José Boavida foi assistido oito minutos depois do pedido de socorro
O Instituto Nacional de Emergência Médica esclareceu esta quinta-feira, em comunicado, "e a propósito de várias notícias sobre a assistência pré-hospitalar prestada" ao ator José Boavida, que o pedido de socorro recebido foi atendido em oito minutos e a assistência prestada "de forma correta".
"No passado dia 7 de janeiro foi recebido no Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM, via Número Europeu de Emergência - 112, às 23:52, um pedido de socorro, dando conta de uma vítima, encontrada inconsciente na via pública", refere a declaração do INEM. "Após localização e triagem da ocorrência, foi acionada para o local, às 23:54, a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) disponível mais próxima do local, situada no Hospital S. Francisco Xavier e, às 23:55, uma Ambulância de Socorro dos Bombeiros Voluntários (BV) de Queluz, ou seja, os meios de socorro foram acionados ainda no decorrer da chamada em que estava a ser feito o pedido de socorro".
O mesmo comunicado acrescenta que, segundo os dados disponíveis, a ambulância dos Bombeiros Voluntários de Queluz chegou ao local às 00:00. Pelas 00:33, o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) recebeu informação de que a paragem cardiorrespiratória tinha sido revertida e que o ator José Boavida iria ser transferido "para a unidade hospitalar mais próxima", o Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Hospital Amadora-Sintra).
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O INEM refere ainda que está a desenvolver todos os esforços para a criação de uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca.
Gabriel Boavida, o irmão de José Boavida, que morreu na passada terça-feira depois de cerca de duas semanas em coma, tinha criticado a falta de uma VMER (Viatura Médica de Emergência) no Hospital Amadora-Sintra. Nas redes sociais, garantiu não ter apontado qualquer falha no socorro prestado ao ator, mas lamentou que a VMER que o assistiu tivesse de fazer 11 quilómetros, do Hospital São Francisco Xavier até Queluz, quando uma VMER do Hospital Amadora Sintra - a cerca de dois quilómetros do local - teria chegado de forma mais rápida. "Quem nos garante que se a VMER do Hospital Amadora Sintra existisse, como está previsto na lei, o Zé não estaria numa enfermaria sem praticamente lesões nenhumas, em vez de ter ficado com lesões irreversíveis", escreveu Gabriel Boavida no dia 22 de janeiro.