Joias da cartografia portuguesa em exposição no Porto
Tesouros Bibliográficos (Séc.X-XVI): A arte e o génio ao serviço do poder é o nome da exposição que representa "uma viagem por sete séculos de história através das principais joias da cartografia portuguesa da época dos descobrimentos e dos manuscritos iluminados mais relevantes do Património histórico europeu", explica a organização em comunicado.
A exposição, trazida ao Porto pela M. Moleiro Editor, dará ainda a oportunidade aos visitantes de "admirar e folhear" os "clones de códices conservados em bibliotecas espalhadas pelo mundo" como livros de horas de monarcas, livros de medicina, bíblias e tratados.
Entre as três dezenas de obras da exposição destacam-se as quatro obras-mestras da cartografia portuguesa e universal: Atlas Miller (1519), Atlas Vallard (1547), Atlas Universal de Diogo Homem (1565) e Atlas Universal de Fernão Vaz Dourado (1571) que se encontra guardado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa.
"O seu Atlas Universal constitui um dos testemunhos cartográficos mais representativos da expansão europeia e da formação do espaço mercantil e geopolítico da segunda metade do século XVI, tendo como ponto central de produção uma cidade asiática - Goa - e não europeia", explica a M. Moleiro.
Datado do século XVI, e feito em Dieppe (França), o Atlas Vallard mostra pela primeira vez a costa oriental da Austrália, 200 anos antes das viagens do capitão Cook que reclamou a sua descoberta para a coroa do Reino Unido.
Também na exposição estará o Breviário de Isabel I, o Livro de Horas de Henrique IV de França, o Livro de Horas de Carlos de Angulema, o Livro de Horas de Henrique VIII, Livro da Caça de Gaston Phébu, a Bíblia de São Luís, o Apocalipse Gulbenkian e o Livro da Felicidade pedido pelo Sultão Murad III.
A inauguração da exposição terá lugar dia 07 de abril às 19:30 no Palácio da Bolsa com a conferência "O Atlas Universal de Fernão Vaz Dourado: a aliança entre o conhecimento científico e a arte", a cargo de académicos e especialistas como Silvestre Lacerda, diretor-geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas.