Jogos de 11 horas em Wimbledon? Não vai voltar a acontecer

Torneio londrino vai ter <em>tie-break</em> já a partir de 2019. Regra entra em prática ao quinto set, quando o parcial estiver 12-12, e tem como objetivo que não se repitam partidas como a de 2010 entre John Isner e Nicolas Mahut
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A próxima edição do torneio de Wimbledon vai contar com uma inovação em termos de regras. A All England Lawn Tennis Club, entidade organizadora do torneio londrino, decidiu introduzir o tie-break para decidir os jogos no quinto set.

Depois de um estudo feito às últimas 20 edições do torneio, e consultados jogadores, árbitros e outros especialistas, foi decidido esta sexta-feira que será introduzido o tie-break ao quinto set de um jogo, mas só quando o parcial estiver empatado 12-12.

O torneio de Wimbledon, que se disputa na relva, passa a ser o segundo dos quatro major a ter tie break, à semelhança do Open dos Estados Unidos, só que neste caso isso acontece quando o parcial está 6-6.

"Achámos que chegou o momento de introduzir esta regra. O tie-break quando o resultado está 12-12 no quinto set estabelece um equilíbrio para que os jogadores tenham a oportunidade de terminar o jogo em vantagem e ao mesmo tempo teremos a certeza de que o jogo irá terminar num tempo limite aceitável", justificou Philip Brook, director executivo do All England Lawn Tennis Club.

Esta é uma forma de em Wimbledon se evitar que se repitam casos como o famoso jogo entre John Isner e o francês Nicolas Mahut, em 2010, quando o norte-americano venceu por 6-4, 3-6, 7-6, 6-7 e 70-68 (!), num jogo que começou a ser jogado no dia 22 de julho e terminou a 24 - durou precisamente 11 horas, cinco minutos e 23 segundos, sendo ainda hoje o jogo mais longo da história do ténis - só o quinto e derradeiro set demorou oito horas e 11 minutos. Este jogo, aliás, ficou imortalizado numa placa colocada numa parede que dá acesso ao court 18 do recinto.

Já este ano, a meia-final do torneio de Wimbledon também entrou para a história dos jogos mais longos. E outra vez com John Isner como protagonista. A partida diante de Kevin Anderson chegou às seis horas e 36 minutos e terminou com o triunfo do sul-africano, por 7-6 (6), 6-7 (5), 6-7 (9) 6-4 e 26-24. Este atraso motivou que a outra meia-final, disputada entre Rafael Nadal e Novak Djokovic tivesse início às 21.00 horas locais - foi posteriormente interrompida às 23.00 e o jogo só terminou no dia a seguir.

O tie-break no ténis tem como objetivo definir de forma rápida o vencedor de um jogo que esteja empatado. A regra foi inventada em 1965 por Van Alen, o fundador do International Tennis Hall of Fame, o maior museu da modalidade.

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