Joaquim José Chaves. "Olhamos para o fitness como uma área de saúde e bem-estar"

O presidente da Joaquim Chaves Saúde vai abrir mais uma unidade de radio-oncologia nos Açores. A próxima aposta é o exercício físico ligado às áreas médicas.
Publicado a
Atualizado a

Inauguram esta segunda-feira a sétima unidade de radio-oncologia, esta na Ilha Terceira, nos Açores. Como é que irá funcionar?

É a nossa terceira operação nos Açores, neste caso em Angra de Heroísmo. Vai funcionar num espaço do hospital totalmente equipado por nós e com uma equipa nossa. É uma unidade privada a trabalhar em colaboração com o serviço regional de saúde. Começámos a operar na área de radio-oncologia em 2002, e esta unidade na ilha Terceira é a sétima. Temos unidades em Lisboa, Porto, Santarém, Faro, Funchal e São Miguel .

Embora o grupo seja sempre associado às análises clínicos, têm 370 postos de recolha...

É uma parte considerável do que é a nossa operação, que existe desde 1959 na área do diagnóstico laboratorial no país e fora, pois temos uma operação em Moçambique. Mas também temos clínicas em vários pontos do pais, fundamentalmente na Grande Lisboa e no Algarve, viradas para exames complementares de diagnóstico, consultas e, mais recentemente, uma nova atividade na área cirúrgica.

A maior fatia do negócio ainda são as análises clínicas?

Em termos de vendas, a atividade laboratorial representa 55 %. Saindo da área das análises, a aposta seguinte , em 1988, começou com uma unidade clínica médica virada para consultas, exames complementares de diagnóstico, tratamento. Em 2002 aparece a primeira unidade de radio-oncologia.

Fazem todos os tratamentos ligados à radio-oncologia?

Sim, não podemos executar todas as técnicas em todas as unidades, mas na maioria utilizamos técnicas que ao longo dos anos foram consideradas especiais e que estão a ser mais implementadas, mais democratizadas. São as técnicas a que os oncologistas e outras especialidades recorrem para tratar os seus doentes e que correspondem às boas práticas internacionais. Estamos a falar de todas as técnicas de radioterapia, cujo nome nos últimos anos teve uma transição para radio-oncologia. Fazemos desde as mais simples às mais avançadas.

Quantos doentes já acompanharam?

É um orgulho que a Joaquim Chaves oncologia tenha tratado 50 mil doentes, e ao lidarem com uma doença tão grave. Naturalmente que o foco é gerar receitas através dos serviços que prestamos, mas somos bastante ambiciosos na qualidade e é o que tem pautado a nossa motivação. Procuramos ter os equipamentos mais avançados que existem no mercado, os médicos também procuram as técnicas mais avançadas, com formação nos centros de excelência internacionais, para que possamos tratar um doente oncológico em Portugal tão bem como em outra qualquer geografia.

A próxima aposta é na área do exercício físico. Quando abrem o primeiro espaço?

Entendemos que era uma aposta criar a Joaquim Chaves Fitness. Olhamos para o fitness como uma área de saúde e bem-estar. Adquirimos uma estrutura no Restelo, que foi totalmente reconvertida com uma visão diferente e moderna, e que esperamos abrir em outubro. O projeto é ligar ao fitness as áreas médicas e de saúde, desde a ortopedia, medicina desportiva, reabilitação, osteopatia, otimização metabólica, anti-idade, a apostar muito na prevenção. São áreas para as quais as pessoas estão muito sensíveis e que acreditamos serem de futuro.

O que é que significa todas estas tas derivações?

Significa uma aposta em áreas que entendemos que são cinéticas. Queremos transportar a qualidade do grupo, que se reflete desde há muitos anos na área das análises clínicas, para outras áreas em que acreditamos importar valor. Acreditamos que há sinergias, são áreas que estão interligadas em muitos dos momentos da vida das pessoas que nos procuram.

Quantos pessoas fazem parte da vossa equipa?

Temos uma equipa de 2800 colaboradores, entre os quais 900 médicos e outros prestadores de serviços, os restantes são do quadro.

Quem são os vossos doentes?

São doentes encaminhados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) ou pelos serviços regionais, o que passa por um acordo financeiro com essas entidades. Obviamente que tratamos doentes privados e temos acordo com praticamente todas as entidades a nível da saúde.

Nos Açores e na Madeira, as vossas unidades evitam deslocações ao continente?

Por exemplo, nos Açores, até montarmos a nossa primeira operação, qualquer açoriano que tivesse uma doença oncológica e necessitasse de fazer radioterapia tinha que se deslocar ao continente ou ao estrangeiro. O mesmo acontece na ilha da Madeira, e também somos o único operador em radio-oncologia no Algarve. A nossa experiência diz-nos que haver disponibilidade técnica próximo das populações, além do ganho médico, permite um ganho social: as pessoas poderem tratar-se próximo das suas casas, das suas famílias, dos seus trabalhos, já que estamos a falar em tratamento ambulatório.

ceuneves@dn.pt

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt