João Lagos explica ponto final no Portugal Open

Empresário que organizava o principal torneio português de ténis há 25 anos justifica o ponto final inevitável no Portugal Open: "Acabei por ceder exausto"
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Comunicado da João Lagos Sports:

"Com uma vida empresarial de mais de 40 anos de sucesso internacionalmente reconhecido, João Lagos tomou esta semana a mais difícil decisão da sua actividade profissional - abdicando de levar a cabo a organização do Portugal Open 2015.

Foram 25 edições inolvidáveis. Um quarto de século a levar a Marca Portugal e o desporto português além-fronteiras, sempre em prol do País - servindo em simultâneo de alavanca ao desenvolvimento do ténis nacional que, por ironia do destino, vive actualmente momentos de ouro no plano puramente desportivo.

"Havia prometido há poucas semanas que a emoção não se iria sobrepor à razão na hora de assumir a organização do Portugal Open 2015. E infelizmente, foi com infinita tristeza que me vi forçado a comunicar ao ATP que não reuni as condições de poder assumir a organização do próximo Open", começa por explicar João Lagos.

"Foi o mais longo encontro de ténis que joguei em toda a minha vida. Chegou a um quinto e último set, com troca de match-points constantes entre mim e o adversário. Mas por mais winners que tenha assinado ao longo de 25 anos, e foram muitos, acabei por ceder exausto, mas só depois de deixar tudo em court", compara o empresário.

"Prescindo desta forma do meu maior projecto de vida! Só espero sinceramente que o futuro do ténis seja diferente daquele que teve a Fórmula 1, que nunca mais regressou a Portugal. É o País que perde importantes activos de promoção internacional e que o qualificam enquanto destino de excelência. Foi uma missão que cumpri de forma abnegada, e muitas vezes só, ao longo de 25 anos, mas que agora é interrompida. Oxalá, o mesmo não suceda a outros eventos de renome internacional, como é o caso do Rally de Portugal", frisa João Lagos.

Um sinal mais da forma abnegada como João Lagos sempre viveu a causa abraçada em nome da Marca Portugal - que lhe valeu, entre outros reconhecimentos, a condecoração com a Ordem de Mérito por parte do Presidente da República, Jorge Sampaio, em 2005 - e já este ano o decretado interesse público nacional em relação ao próprio Open.

"Gestos que obviamente me encheram de orgulho, e só possíveis de receber por sempre ter posto a alma e o coração em tudo o que fiz - muitas vezes em detrimento da minha vida pessoal -, mas que trocaria de bom grado se as autoridades competentes têm tido a visão que se impunha para dar ao Open as condições mínimas que desde há muito era merecedor", confessa resignado o empresário.

Perante a actual situação, João Lagos não deixa, contudo, de agradecer "a confiança e apoio inexcedíveis de todos os parceiros e milhares de colaboradores do Open, e do ATP desde a primeira edição em 1990, ano em que fomos membros fundadores do circuito. Por diversas vezes vimos reconhecida a excelência do nosso trabalho com os mais variados prémios e, acima de tudo, pelo desafio que nos confiou em 2000 com a organização da Tennis Masters Cup Lisboa, que a tantas organizações inspirou e ainda hoje é lembrada como uma das melhores edições de sempre da prova."

Laurent Delanney, CEO do ATP Europe, perante a informação dada por João Lagos, destacou "a longa história do Portugal Open no ATP World Tour", agradecendo "a João Lagos todo o contributo para a modalidade do ténis ao longo dos últimos 25 anos"."

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