Jo Nesbo: "A melhor inspiração para o escritor é o tédio"

Jo Nesbo nunca esperou tornar-se escritor de policiais mas esteve enfiado 32 horas num avião e começou a escrever um <em>thriller</em>. Desde então, 1997, o autor norueguês já publicou mais nove títulos.
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Os autores do policial nórdico não apreciam perguntas que envolvam o nome de Stieg Larsson. Jo Nesbo, traduzido em dezenas de países e best-seller mundial, não foge à regra. Garante que as suas referências são o escandinavo Henning Mankell e os americanos Dashiell Hammett e Raymond Chandler. Daí que o seu protagonista, Harry Cole, seja mais parecido com o policial tradicional do que o nórdico.

Jo Nesbo esteve em Lisboa a promover o seu primeiro livro, O Morcego (D. Quixote), que tem a Austrália como cenário. Quando se lhe pergunta se ainda gosta deste primeiro livro, responde que sim: "Foi o primeiro livro e encarei-o de um modo muito simples e pessoal. A partir do terceiro, O Pássaro do Peito Vermelho, tinha mais ambição e os livros eram como uma orquestra, com diferentes instrumentos, e não como o trabalho de um compositor."

O terceiro livro parte de um facto autobiográfico: as memórias da II Guerra Mundial. Considera que ainda estão muito presentes na Noruega: "Tem a ver com o facto de a Noruega ser um país muito jovem e precisar de ter uma imagem de si próprio que colide com a ausência de resistência da Noruega no conflito. Há uma culpa arrepiante porque fomos facilmente ocupados pelos alemães e esse sentimento envergonha-nos tanto que híper valorizamos os casos de resistência."

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