Jihadistas anunciam conversão de dezenas de yazidis

O grupo radical Estado Islâmico (EI), baseado no Iraque e na Síria, anunciou a conversão ao islamismo de dezenas de membros da minoria religiosa curda yazidi, de acordo com um vídeo difundido nas últimas horas na internet.
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A gravação, que no original total tem cerca de dez minutos, começa pela definição dos yazidis como "uma seita de infiéis", que pratica "rituais estranhos" como "a adoração do maldito satanás".

O vídeo indica que o número de yazidis no norte do Iraque, sobretudo na zona de Sinjar, é de 70.000 pessoas e que centenas se converteram ao islamismo, embora as imagens só mostrem algumas dezenas.

Um responsável do EI, que não referiu o nome, disse que os "jihadistas" (combatentes islamitas que acreditam numa "guerra santa" contra os "infiéis") lançaram a guerra contra os yazidis por estes terem resistido ao avanço do movimento na região.

Depois de recitar a "shahada" [profissão de fé islâmica], os yazidis são vistos a rezar a oração muçulmana, e vários declaram que o Islão é "a religião verdadeira e da justiça".

Na terça-feira, a Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH) exigiu uma ação urgente do conselho de segurança da ONU para proteger os yazidis dos ataques e abusos do EI.

Pelo menos 150.000 yazidis fugiram de suas casas, na sequência dos ataques do EI e vivem nas montanhas de Sinjar.

Nas últimas semanas, o EI executou dezenas de yazidis, que esão a ser retirados da zona, através da Síria, por milícias curdo-iraquianas.

A 29 de junho, após meses de confrontos no Iraque e de participação na guerra civil da Síria, os "jihadistas" anunciaram o estabelecimento de um "califado", numa área de território entre os dois países, referindo-se ao sistema de governo islâmico que desapareceu há quase 100 anos com a queda do Império Otomano.

EJ // JMR

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