Jerónimo de Sousa recusa comparar Governos em Espanha e Portugal

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O secretário-geral do PCP, Jerónimo Sousa, recusou hoje, com um sorriso, comparações entre o Governo minoritário do PSOE, em Espanha, e o executivo socialista, argumentando que "são realidades muito diferentes".

"Não se pode comparar a situação de Espanha com Portugal. São realidades distintas. É um problema que cabe aos espanhóis resolver, não nos cabe a nós dar conselhos", disse Jerónimo de Sousa aos jornalistas, depois de assistir à peça "Ratsódia", no Teatro-Estúdio António Assunção, em Almada, distrito de Setúbal, para assinalar o Dia da Criança.

Em Portugal, o PCP é um dos partidos que, com o Bloco de Esquerda e "Os Verdes", têm um acordo parlamentar de apoio ao Governo minoritário do PS, chefiado por António Costa.

O parlamento espanhol aprovou hoje por 180 votos a favor e 169 contra a moção de censura que afastou o Governo de direita liderado por Mariano Rajoy e, ao mesmo tempo, investiu Pedro Sánchez, líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).

Apesar de apenas ter 84 dos 350 deputados do parlamento espanhol, o PSOE conseguiu reunir o apoio de um total de 180 membros da assembleia, incluindo os Unidos Podemos, de extrema-esquerda, e vários partidos de menor dimensão regionalistas, nacionalistas e separatistas.

Para o secretário-geral comunista, a moção de censura ao Governo do PP, de Mariano Rajoy, e a sua substituição por Pedro Sánchez, do PSOE, teve uma origem diferente do processo que levou ao executivo apoiado pelas esquerdas.

Em Espanha, "é processo que resultou de uma ofensiva no plano social, laboral, no plano das próprias liberdades democráticas que teve este desfecho", disse.

Em relação "ao futuro próximo", o PCP "gostaria de manter esta posição de não ingerência e respeito pela vontade dos espanhóis", acrescentou.

Quanto à instabilidade na Itália, com a formação de um Governo de direita, o líder comunista aconselhou "uma reflexão".

Por que "agravando a situação económica e social acabou por permitir o desenvolvimento de forças reacionárias e de extrema-direita que terá consequências no próximo futuro", explicou ainda.

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