Em 1977, um funcionário do Banco Popular Espanhol teve honras de um encontro particular com o então presidente da República português, numa visita oficial que Ramalho Eanes fez a Espanha. O funcionário era Jorge Jardim Gonçalves e o propósito do encontro era convidar o engenheiro civil, a trabalhar em Espanha desde as nacionalizações em 1975, a regressar a Portugal e à banca portuguesa. Depois de alguma hesitação, aceita e integra os quadros do Banco Português do Atlântico (BPA), chegando à sua presidência em 1979..Em 1985, um grupo de empresários convida-o a liderar um projecto inovador: a criação do Banco Comercial Português. Desde o início, Jardim Gonçalves imprime à instituição uma agressividade comercial, cujo sucesso foi ajudado pelo perfil da banca na altura: nacionalizada, descapitalizada e sem inovação. O BCP foi isso tudo e desde logo Jardim Gonçalves foi o rosto da modernidade no sector financeiro português, um "banqueiro da democracia"..Apesar de nunca ter militado em nenhuma força política, Jardim Gonçalves era próximo de Mário Soares. Em 2005, quando deixa a presidência executiva do BCP, e passa a presidir ao conselho geral e de supervisão (CGS), pensou-se que era o início da sua retirada. Puro engano: Jardim volta agora, quando sente o que o projecto que fundou está ameaçado...